A cidade de São Paulo enfrenta um grave apagão nesta quinta-feira (11), com cerca de 17% dos clientes da concessionária Enel ainda sem energia elétrica devido às fortes ventanias registradas na quarta-feira (10). O temporal provocou a queda de milhares de árvores, resultando em danos significativos aos cabos da rede elétrica, o que deixou mais de 2,2 milhões de consumidores da Grande São Paulo sem luz inicialmente. Até o momento, aproximadamente 1,3 milhão de clientes continuam sem energia, número próximo ao registrado pela manhã.
A situação é particularmente crítica em municípios da região metropolitana, como Embu-Guaçu, onde 98,19% dos clientes permanecem às escuras, além de Embu e Juquitiba, que também enfrentam percentuais elevados de falta de abastecimento elétrico. A Enel mobilizou cerca de 1.600 equipes em campo para tentar restabelecer a energia, atuando em vários pontos com dificuldades devido à necessidade de substituir postes, transformadores e cabos comprometidos pelas quedas de árvores.
O diretor regional da Enel, Marcelo Puertas, destacou que a complexidade da operação é maior do que em eventos anteriores, devido à intensidade dos ventos, que atingiram até 97 km/h em rajadas e provocaram quedas em massa nas redes aéreas. Ele explicou que o trabalho das equipes envolve uma verdadeira reconstrução da rede, tornando a restauração mais demorada. Para reforçar o atendimento, a empresa mantém quase sete mil funcionários em São Paulo e está ampliando o quadro de eletricistas como parte de um plano preventivo.
As fortes ventanias e o consequente apagão também acarretaram prejuízos econômicos estimados em pelo menos 290 milhões de dólares, segundo relatos, além de impactar o cotidiano da população e o funcionamento do comércio local. A prefeitura de São Paulo cobrou explicações da Enel sobre a demora na normalização do fornecimento, concedendo um prazo de 48 horas para esclarecimentos.
Embora o vento forte tenha diminuído, as condições complicam o trabalho de restabelecimento em certos locais, que ainda necessitam de substituições estruturais na rede, prolongando o sofrimento dos consumidores afetados enquanto as equipes prosseguem com o esforço de recuperação.
