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Prêmio para “comidas de terreiro” reúne 45 comunidades do País

### 1º Prêmio “Sabores e Saberes: Comida de Terreiro” Reúne 45 Comunidades de Matriz Africana em Brasília

Pelo menos 45 comunidades de matriz africana de todo o País participam, na próxima quarta-feira, dia 17, do 1º Prêmio “Sabores e Saberes: Comida de Terreiro”, um evento inédito que promete destacar a rica gastronomia ligada às tradições religiosas afro-brasileiras. Realizado na Casa Niemeyer, em Brasília, o prêmio é uma iniciativa da Fundação Cultural Palmares, em parceria com o Ministério da Igualdade Racial e a Universidade de Brasília (UnB), e está aberto ao público, convidando todos a conhecerem essa manifestação cultural tão profunda.

A proposta central do evento é dar visibilidade e fortalecer a gastronomia de terreiro, promovendo o reconhecimento das práticas culinárias afro-brasileiras e suas raízes culturais e espirituais. Para os organizadores, essa culinária vai além de uma simples refeição: ela representa um patrimônio vivo, conectado à defesa da cultura, à economia criativa e à segurança alimentar. O presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues, enfatiza que a gastronomia de terreiro é um elemento de resistência religiosa. “Cada prato tem um significado profundo e uma conexão com os orixás, sendo considerada uma refeição tanto para o corpo quanto para a alma”, declarou ele em nota oficial da instituição.

As 45 comunidades selecionadas vieram de um edital público, garantindo representatividade nacional. Cada uma receberá um prêmio em dinheiro de R$ 13 mil, além de kits de cozinha industrial completos, equipados com nove itens essenciais, como freezer, fogão, bancada de inox, processador, exaustor e forno micro-ondas. Esses apoios práticos visam equipar as cozinhas dos terreiros, facilitando a produção e a preservação dessas receitas ancestrais.

A coordenadora de projetos da Fundação Palmares, Cida Santos, destaca o impacto econômico da iniciativa. Segundo ela, o prêmio gera empregos e renda, divulgando histórias e receitas das comunidades, o que fortalece a economia criativa e valoriza a gastronomia afro-brasileira como um dos maiores legados culturais do Brasil. Uma das participantes, Isabel Cristina Ribeiro Rosa, representante da Associação de Cultura e Tradições de Matriz Africana Ojinjé Ilê Alaketu Ijobá Bayó Àsé Nanã, de Navegantes (SC), descreve a cozinha do terreiro como o “coração da casa”, que alimenta toda a comunidade e simboliza união e vitalidade.

O evento na Casa Niemeyer, um espaço icônico projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e administrado pelo Governo do Distrito Federal, promete ser um momento de celebração coletiva. Localizado na Praça dos Três Poderes, o local já sediou exposições e eventos culturais de grande porte, tornando-se palco perfeito para essa homenagem à diversidade afro-brasileira. Com entrada gratuita, o prêmio não só premia as comunidades, mas também convida o público a experimentar e compreender o poder transformador da comida de terreiro, unindo sabores, saberes e espiritualidade em um só lugar.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

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