### Temporal deixa Petrópolis em alerta extremo com ruas alagadas e sirenes acionadas
Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, enfrenta uma situação crítica nesta quarta-feira devido a um forte temporal que provocou inundações e riscos de deslizamentos. A Defesa Civil municipal emitiu **alerta extremo**, o quarto nível mais severo em uma escala de cinco, disparando sirenes em áreas como Vila Felipe, Campinho e Chácara da Flora, e enviando notificações para celulares.
O monitoramento começou às 5h, com acumulados de chuva superiores a **60 mm em uma hora** em vários pontos, equivalendo a 60 litros de água por metro quadrado. No bairro Independência, o registro chegou a 84,99 mm, e em 24 horas os totais na cidade ultrapassaram 150 mm. Imagens impressionantes circulam nas redes sociais: carros foram arrastados por enxurradas, um veículo vermelho “engolido” por um rio transbordado e outro branco “adernando” na correnteza, além de uma cachoeira formada pelo volume excessivo de água. Até o momento, não há relatos de vítimas, mas a Defesa Civil busca ocupantes de um carro que afundou.
Por precaução, **dezenas de ruas ficaram inundadas**, o transporte público foi suspenso no primeiro distrito – o coração histórico e urbano da cidade – e liberado só antes das 10h. O comércio no centro histórico foi orientado a permanecer fechado, e as aulas na rede municipal suspensas. A prefeitura abriu **13 pontos de apoio** em áreas de risco, como Quitandinha, 24 de Maio, Vila Felipe, São Sebastião e Alto Independência, muitos deles em escolas.
A previsão indica **céu encoberto com chuva moderada a forte nas próximas horas**, mantendo o alto risco hidrológico e de deslizamentos. O secretário de Proteção e Defesa Civil, Guilherme Moraes, reforça as orientações: evite locais interditados, não transite por áreas alagadas, fique atento a sinais de deslizamentos e, em emergências, ligue 199.
Petrópolis, encravada em encostas, tem um histórico trágico com chuvas intensas. Em 2011, foi um dos municípios mais afetados pela tragédia na região serrana, que deixou cerca de mil mortos. Em 2022, temporais causaram perto de 200 óbitos na cidade.
A capital fluminense também sofre com o temporal: no **estágio operacional 2** (de até 5), registrou chuvas fortes com “risco de ocorrências de alto impacto”. Em Campo Grande, na zona oeste, passageiros foram resgatados de um ônibus ilhado pelo Corpo de Bombeiros. Vídeos mostram alagamentos no Complexo do Alemão, na zona norte.
No sul do estado, **Angra dos Reis** está em alerta, com 158 mm em 24 horas no bairro Serra D’Água, rajadas de vento de 77 km/h e transbordamento do Rio Ariró. O Cemaden-RJ prevê chuvas moderadas a fortes em todo o Rio de Janeiro, com alto risco hidrológico em Angra, Mangaratiba, Resende, Itatiaia, Itaguaí, capital e Petrópolis, além de deslizamentos em Petrópolis e Resende. O governo estadual acionou o Comitê de Chuvas, mobilizando secretarias de infraestrutura, assistência social, meio ambiente e forças de segurança.

