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Mauro Vieira diz que UE e Mercosul têm última chance para acordo

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, expressou otimismo quanto à possibilidade de o Mercosul e a União Europeia assinarem um acordo de livre comércio neste sábado, durante a cúpula do bloco em Foz do Iguaçu, no Paraná. Ele reiterou a posição do Brasil de que essa será a última oportunidade para um entendimento entre os blocos, alertando que, sem conclusão agora, não restará mais o que negociar em termos substantivos e o país direcionará esforços a outros parceiros na fila.

Vieira destacou, em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação, que uma maioria de nações europeias apoia o pacto, atuando como uma rede de proteção em meio ao desequilíbrio nas relações externas globais. Países como Espanha, Portugal e Alemanha são descritos como defensores ferrenhos do acordo, conscientes da importância das trocas econômicas e exportações de ambos os lados do Atlântico. Dos 27 membros da UE, entre 20 e 22 estariam plenamente favoráveis, enquanto França e Itália precisam refletir sobre as demandas de seus setores agrícolas.

A declaração do chanceler ecoa as palavras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, proferidas na última reunião ministerial de 2025, quando ele afirmou que esta é a derradeira chance durante seu mandato. Lula enfatizou que, se o acordo não avançar agora, o Brasil não o perseguirá mais enquanto ele estiver no poder, e que o país já cedeu tudo o que era possível, prometendo endurecer a postura dali em diante.

Enquanto Alemanha e Espanha pressionam pela aprovação na cúpula da UE em Bruxelas, com líderes como o chanceler alemão Friedrich Merz e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez defendendo o tratado como essencial para a credibilidade comercial europeia e para contrabalançar tensões com Estados Unidos e China, a França mantém resistência, especialmente no agro. O Parlamento Europeu aprovou recentemente medidas de proteção para produtores locais, abrindo caminho para votação no Conselho da UE até sexta-feira e possível assinatura na cúpula do Mercosul.

O pacto, em negociação há cerca de 25 anos, prevê eliminação gradual de tarifas em um mercado de 720 milhões de pessoas, beneficiando exportações europeias de carros, máquinas, queijos e vinhos, além de acesso a minerais estratégicos como lítio do Mercosul. Para o Brasil, o chanceler destacou a expansão para novos mercados, com expectativa de ganho de US$ 33 bilhões em exportações nos próximos cinco anos, incluindo 500 aberturas para o agropecuário graças às viagens de Lula, que realizou mais de 60 encontros presenciais com chefes de Estado.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

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