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Lula descarta privatização dos Correios

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que está sendo discutida uma reestruturação dos Correios, que enfrentam dificuldades financeiras, e descartou a privatização da estatal, afirmando que qualquer mudança passará por parcerias ou pela transformação em empresa de economia mista, mas não por venda completa dos ativos[1]. Em entrevista no Palácio do Planalto, ele ressaltou que, enquanto for presidente, “não tem privatização”, e defendeu parcerias com empresas estrangeiras e brasileiras como alternativa para modernizar e recuperar a empresa[1]. Lula atribuiu parte do problema à “gestão equivocada” de administrações anteriores e prometeu tomar medidas administrativas, incluindo mudanças em cargos de comando, para “colocar a mão na ferida” e viabilizar a recuperação dos Correios[1].

Em setembro, o governo trocou a direção da estatal, e o novo presidente, Emmanoel Rondon, apontou que a crescente concorrência do comércio eletrônico está entre os fatores que pressionaram as contas da empresa[2]. Rondon apresentou, logo após assumir, a primeira fase de um plano de reestruturação financeira e operacional que busca modernizar a operação e garantir sustentabilidade; entre as medidas em negociação está a captação de um empréstimo de R$ 20 bilhões junto a bancos para sanear as finanças da companhia[1][4]. O governo também negocia o aval do Tesouro Nacional para operação de crédito, mas o Ministério da Fazenda já sinalizou que os recursos do Tesouro, se concedidos, deverão ficar abaixo dos R$ 6 bilhões inicialmente cogitados pelos Correios, e estarão condicionados ao cumprimento do plano de reestruturação[1][3].

A situação dos Correios tem repercussões fiscais e operacionais: relatórios e balanços recentes mostram queda de receitas, aumento de despesas e passivos que pressionaram o resultado financeiro da empresa no primeiro semestre de 2025[2][4]. A crise levou o Executivo a criar um mecanismo para permitir que estatais federais com receitas próprias em dificuldades possam reorganizar suas contas sem serem automaticamente classificadas como dependentes do Tesouro, mediante alteração normativa publicada por decreto[1]. O rombo crescente nos Correios também obrigou o governo a contingenciar gastos em outras áreas para acomodar o impacto nas metas fiscais, enquanto a direção da empresa trabalha em medidas como demissão voluntária, venda de imóveis e de agências deficitárias, e busca parcerias estratégicas para reduzir custos e recuperar eficiência operacional[4][7].

Especialistas e veículos de imprensa destacam que, embora a reestruturação seja considerada necessária diante do tamanho e da importância dos Correios para um país continental como o Brasil, há dúvidas sobre se as medidas adotadas serão suficientes para reverter prejuízos bilionários acumulados em 2024–2025 e restaurar a sustentabilidade da estatal sem maior participação privada ou aportes significativos garantidos pelo Tesouro[4][6]. Ainda existem discussões em curso sobre o montante do apoio financeiro, as condições para a concessão de aval do governo e a combinação de medidas operacionais e negociais que efetivamente permitam à empresa voltar a operar de forma equilibrada[3][5].

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

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