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São Paulo soma 11 mortes por ingestão de metanol

O estado de São Paulo registrou, até o momento, 11 mortes atribuídas à ingestão de metanol, substância tóxica ilegalmente adicionada a bebidas alcoólicas como gin, whisky e vodka, segundo o balanço mais recente da Secretaria da Saúde[1]. As vítimas incluem quatro homens da capital, entre 26 e 54 anos; duas pessoas de São Bernardo do Campo (uma mulher de 30 anos e um homem de 62); três pessoas de Osasco (dois homens de 23 e 25 anos e uma mulher de 27); além de um homem de 37 anos de Jundiaí e outro de 26 anos de Sorocaba[1]. A investigação ainda apura a causa da morte de quatro pessoas de Guariba (39 anos), São José dos Campos (31 anos) e Cajamar (29 e 38 anos)[1].

No total, foram confirmados 51 casos de intoxicação por metanol no estado, enquanto 555 notificações suspeitas foram descartadas pelas autoridades de saúde[1]. O metanol, largamente utilizado na indústria em produtos como anticongelantes, solventes, tintas e combustíveis, é extremamente perigoso quando ingerido, podendo causar cegueira e morte[2][4]. Diante da emergência, o Ministério da Saúde criou uma sala de situação em outubro para acompanhar os casos, que foi desativada em 8 de dezembro devido à queda no número de ocorrências; a pasta informou que o último caso confirmado apresentara sintomas em 23 de novembro[1].

A resposta institucional envolveu ações interministeriais e operações conjuntas. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e o Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual emitiram notificações a estabelecimentos comerciais, enquanto a Polícia Federal abriu investigações considerando, entre as linhas de apuração, o possível envolvimento de organizações criminosas na adulteração das bebidas[1]. Autoridades estaduais também realizaram apreensões: uma força-tarefa recuperou 117 garrafas de bebidas sem rótulo e sem comprovação de procedência em bairros da capital, e ações de fiscalização resultaram em interdições e lacres em lotes e fábricas clandestinas em diferentes municípios[1][4].

Quanto ao tratamento, o Ministério da Saúde providenciou remessas do antídoto fomepizol ao Brasil para neutralizar os efeitos do metanol em pacientes intoxicados[1][2]. As secretarias de Saúde orientaram que pessoas com sintomas após consumo de bebida alcoólica — como dores abdominais intensas, tontura, confusão mental e alterações visuais — procurem atendimento médico imediato, já que a administração do antídoto e o suporte hospitalar nas primeiras horas podem ser decisivos para reduzir sequelas e óbitos[4][1].

No plano de investigação e prevenção, o governo estadual instaurou gabinetes de crise e interdições de estabelecimentos enquanto equipes da Sefaz e da segurança pública rastreiam fornecedores e responsabilizam pontos de venda envolvidos; operações já apreenderam milhares de garrafas e levaram à instauração de inquéritos e prisões relacionadas à falsificação de bebidas[1]. No âmbito legislativo municipal, a CPI do metanol colheu depoimentos de vítimas e familiares e apresentou requerimentos para obter informações sobre fornecimento de medicamentos para tratamento, inquéritos em andamento e campanhas educativas para informar a população sobre riscos, sintomas e canais de denúncia[3].

Especialistas e autoridades reiteram orientações práticas à população: evitar consumir bebidas sem procedência ou sem rótulo, desconfiar de preços muito abaixo do mercado, não consumir bebidas de procedência duvidosa em festas ou bares e procurar atendimento imediato ao surgir qualquer sintoma após ingestão de álcool[4][1]. As investigações continuam em curso para identificar a origem das substâncias adulterantes e responsabilizar os envolvidos, enquanto as ações de vigilância, apreensão e comunicação ao consumidor seguem como prioridade das equipes de saúde e segurança pública[1][2][4].

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

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