Na sexta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado de ministros e autoridades, inaugurou a Ponte Internacional da Integração Brasil-Paraguai, ligando Foz do Iguaçu, no Paraná, à cidade de Presidente Franco, no Paraguai. A obra, financiada com R$ 1,9 bilhão pelos dois países, incluindo R$ 712 milhões da Itaipu Binacional e recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), representa a segunda conexão viária sobre o Rio Paraná entre as nações, seis décadas após a Ponte da Amizade.
A estrutura estaiada impressiona com 760 metros de extensão, um vão-livre de 470 metros — o maior da América Latina — e duas torres de 190 metros de altura, equivalentes a edifícios de cerca de 54 andares. Cada pista tem 3,6 metros de largura, e o tráfego já foi liberado em fase inicial apenas para caminhões sem carga, conhecidos como “em lastro”, nos dois sentidos, com horários coordenados pela Receita Federal e Polícia Rodoviária Federal. Ônibus de turismo fretados serão autorizados em breve, enquanto a liberação total para veículos de carga está prevista para o fim de 2026 ou início de 2027, dependendo da conclusão do Corredor Metropolitano del Este, no lado paraguaio.
A Ponte da Amizade, única ligação anterior na região, opera sobrecarregada, com fluxo diário de 100 mil pessoas e 45 mil veículos, segundo a Receita Federal. A nova infraestrutura promete aliviar esse congestionamento, otimizar o fluxo comercial e turístico, e impulsionar o desenvolvimento regional. Toda a logística brasileira no entorno está pronta: aduana, Receita Federal, Polícia Federal e rodovia perimetral de acesso concluída em 100%, conforme o ministro dos Transportes, Renan Filho.
Durante a cerimônia na nova aduana Brasil-Paraguai, Lula enfatizou a integração econômica e social. “Espero que muita gente do Paraguai vá visitar o Brasil e que muita gente do Brasil venha visitar o Paraguai. E que muitos produtos produzidos no Paraguai venham para o Brasil, assim como os produtos do Brasil possam ir para o Paraguai. Porque as duas economias precisam crescer e os nossos povos precisam melhorar a qualidade de vida”, declarou o presidente. Ele descreveu a ponte como símbolo de confiança e cooperação no Mercosul, promovendo prosperidade e reordenamento urbano em Foz do Iguaçu.
A construção, discutida desde os anos 1990 e iniciada em 2019, enfrentou atrasos operacionais até ser concluída em 2022 e oficializada em 2023. Agora, ela inaugura um novo corredor logístico, fortalecendo as relações bilaterais e o comércio fronteiriço.
