O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21) e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) estima que a estação terá temperaturas em geral acima da média e padrão de chuvas desigual pelo país, com probabilidade de volumes acima da média no Norte e Sul e déficits em boa parte do Nordeste e do Sudeste[6][6][6].
No Norte, o prognóstico aponta para precipitações acima da média climatológica na maior parte dos estados, acompanhadas de temperaturas elevadas especialmente no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com desvios que podem chegar a 0,5 ºC ou mais acima do histórico; exceções são o sudeste do Pará e o Tocantins, onde os acumulados podem ficar abaixo do normal[6][2]. Na Região Sul, as condições são favoráveis a chuvas acima da média em todos os estados, com destaque para as mesorregiões sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, que podem registrar até 50 mm além da média trimestral, enquanto as temperaturas tendem a ficar predominantemente até 1 ºC acima da climatologia, sobretudo no oeste gaúcho[6][2].
A cobertura de chuva deve ser mais baixa que a média na maior parte do Nordeste, com volumes especialmente reduzidos na Bahia, no centro-sul do Piauí e na maior parte de Sergipe, Alagoas e Pernambuco — déficits que podem alcançar cerca de 100 mm no trimestre — embora áreas como o centro-norte do Maranhão, o norte do Piauí e o noroeste do Ceará possam ter precipitação próxima ou superior ao normal[6][2]. No Centro-Oeste, apenas o oeste do Mato Grosso tende a apresentar chuvas acima da média, enquanto Goiás e trechos do Cerrado devem ficar com volumes abaixo do esperado; no restante da região, as precipitações devem ficar próximas da média, e as temperaturas tendem a apresentar desvios positivos de até 1 ºC na faixa central[6][2]. Já o Sudeste tem previsão de chuvas predominantemente abaixo da média, com possíveis quedas de até 100 mm no trimestre em várias mesorregiões de Minas Gerais e outras áreas, ao passo que as temperaturas podem ficar até cerca de 1 ºC acima da média histórica[6][2].
Especialistas alertam que o verão traz, além do aquecimento médio, maior variabilidade e episódios de tempo severo: pancadas intensas, queda de granizo, ventos moderados a fortes e descargas elétricas podem ocorrer com frequência ao longo da estação, que vai até 20 de março de 2026[3][6]. Os mecanismos responsáveis pelas chuvas também variam por região: a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) desempenha papel importante no Sudeste e Centro-Oeste, enquanto a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é a principal fonte de instabilidade no Norte e no norte do Nordeste[6]. Em termos de totais, as maiores acumulações médias são esperadas para as regiões Norte e Centro-Oeste, com faixas típicas entre 700 e 1.100 mm no trimestre, refletindo o ciclo pluviométrico dos biomas Amazônia e Pantanal[2][6].
Análises de centros privados e de mídia indicam também influência mais forte da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) neste verão, o que favorece episódios de ar mais seco, veranicos e irregularidade nas pancadas típicas da estação, podendo contribuir para déficits de chuva em várias áreas do país[1][5]. Essas projeções podem ser moduladas ao longo da estação por oscilações climáticas de escala mensal, como a Oscilação Madden–Julian e a Oscilação Antártica, que podem amplificar ou reduzir chuvas em determinadas porções do território[1].
Leitores e setores vulneráveis — agricultura, recursos hídricos e defesa civil — são aconselhados a acompanhar os boletins e atualizações do Inmet e órgãos estaduais, pois as previsões sazonais definem tendências e não substituem monitoramento contínuo de risco e alertas de curto prazo[6][1].

