Vento Norte (1951), longa-metragem pioneiro do cinema gaúcho dirigido por Salomão Scliar, foi selecionado para a mostra Cinema Regained do Festival Internacional de Cinema de Roterdã e terá duas exibições durante a edição de 29 de janeiro a 8 de fevereiro de 2026[2][4].
Restaurado em 4K pela Cinemateca Capitólio com apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre e em parceria com a Cinemateca Brasileira, o filme será exibido em DCP na programação do festival após passar por um processo de restauração que incluiu também a recuperação do som[2][4].
Vento Norte é reconhecido como o primeiro longa de ficção sonora realizado inteiramente no estado do Rio Grande do Sul; rodado em preto e branco em Torres na década de 1950, o filme tem cerca de 76–77 minutos de duração e envolve a participação de pescadores locais como atores[5][4][2].
A escolha para a mostra Cinema Regained — dedicada a obras clássicas restauradas, documentários e produções experimentais sobre cultura cinematográfica — foi anunciada em 16 de dezembro de 2025, e a programação detalhada com datas e horários das sessões ainda não foi divulgada pelo festival[4][2].
Enquanto Vento Norte teve uma primeira digitalização em VHS nos anos 1990, responsáveis pela restauração apontam que esse formato já não atende aos padrões atuais de projeção digital em alta definição, o que motivou a restauração a partir das cópias em película e a recuperação do som original[4].
A diretora da Cinemateca Capitólio, Daniela Mazzilli, destacou o valor histórico do longa para a cinematografia gaúcha e observou que a restauração, concluída no ano do centenário de nascimento do cineasta, pode reaproximar novas gerações da obra de Salomão Scliar — cuja produção em longa-metragem se resume a Vento Norte — e inspirar cineastas contemporâneos, estabelecendo conexões formais com movimentos do cinema brasileiro, como o Cinema Novo[4].
