A defesa de Jair Bolsonaro solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a internação do ex-presidente nesta quarta-feira, 24 de dezembro, para realização de exames pré-operatórios no Hospital DF Star, em Brasília. A cirurgia está marcada para o dia seguinte, quinta-feira, 25 de dezembro, data do Natal, com o procedimento visando tratar uma hérnia inguinal bilateral e um quadro persistente de soluços, que chega a 40 episódios por minuto segundo laudos médicos.
O pedido foi atendido pelo ministro, que já havia autorizado a saída temporária da prisão para o tratamento, mas solicitou à defesa a indicação precisa das datas e detalhes logísticos. Peritos da Polícia Federal elaboraram um laudo oficial confirmando a necessidade da intervenção cirúrgica, embora sem caráter emergencial, e médicos particulares do ex-presidente reforçaram a recomendação. A Procuradoria-Geral da República manifestou-se favoravelmente à transferência e à presença de acompanhantes, sem objeções ao cronograma proposto.
Bolsonaro cumpre atualmente pena de 27 anos e três meses em uma sala da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, condenado por envolvimento na trama golpista. Durante a internação, prevista para durar de cinco a sete dias, ele será vigiado por agentes da PF de forma discreta: a retirada da viatura ocorrerá apenas na garagem do hospital para evitar exposição à imprensa, com pelo menos dois policiais de plantão na porta do quarto. O uso de computadores e celulares no local foi proibido pelo ministro.
Acompanharão o ex-presidente sua esposa, Michelle Bolsonaro, como responsável principal, além dos filhos Carlos Bolsonaro e Flávio Bolsonaro. Moraes também determinou que a defesa informe o nome e cargo do responsável pelo hospital e orientou cuidados adicionais, como acesso a cardiologista e fisioterapeuta na prisão para prevenção de complicações, negando porém pedido de prisão domiciliar humanitária por considerar as condições da cela adequadas à recuperação.

