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Mulheres veem no Natal a data para deixar a saudade e unir a família

Atravessar um mar de cadeiras na rodoviária de Brasília e esperar o tempo passar. Até o momento do embarque, os desafios da diarista **Maria dos Navegantes**, de 51 anos, moradora de Valparaíso de Goiás, resumiam-se a conter a ansiedade e organizar duas caixas e três malas para a longa viagem.

Com um nome de batismo que evoca as **ondas de solidão e o dinheiro curto** do dia a dia, Maria chegou cedo ao terminal, pronta para enfrentar mais de 700 quilômetros de estrada até Frutal, em Minas Gerais. O destino: o **Natal ao lado da filha Gabriela, de 26 anos, e das netas Eloá, de 5, e Isabela, de 3**. As passagens de ida e volta custam mais de R$ 1 mil, um valor que torna inviáveis outras viagens ao longo do ano. Ainda assim, ela transformou a saudade em pacotes que cabem no bagageiro do ônibus.

“Nas minhas caixas, o que mais tem são **presentes que eu fui comprando para elas ao longo deste ano em que não nos vimos**. Não vejo a hora de abraçá-las. É o meu presente de Natal”, disse a diarista, enquanto contava os minutos para beijar as meninas.

O **Natal surge como o momento supremo para deixar a saudade de lado e unir a família**, especialmente para mulheres como Maria, que enfrentam distâncias e apertos financeiros para preservar esses laços. Rituais como esse movem histórias semelhantes pelo país. A pedagoga brasiliense **Laíssa Macedo**, também de 26 anos, adiantou a ceia familiar para o dia 21 de dezembro. Escolheu participar de uma ação missionária social em Conceição da Paraíba, a quase 2 mil quilômetros de casa, entregando materiais escolares e de higiene a comunidades vulneráveis. “São tão importantes esses rituais”, reflete ela sobre a data que prioriza laços afetivos mesmo em meio a compromissos distantes.

Em busca de **convivência familiar**, a diarista **Joselita da Conceição**, de 51 anos, embarca com a filha Josielle e os dois netos em uma viagem de 19 horas de ônibus até Ituberá, na Bahia. Lá, esperam o mar para molhar os pés e uma ceia com 30 familiares. “Quero que meus filhos tenham convivência com os primos. No final do ano, é tempo para isso”, afirma Joselita, que há 15 anos vive afastada pelo trabalho árduo. “Já são 15 anos que estou distante, porque trabalhamos duro aqui. Mas o mar nos espera”, sorri ela, evocando o tempo que parece não passar na mesa farta.

Para essas mulheres, o Natal transcende o feriado: é o **farol que guia reencontros**, costurando famílias separadas por quilômetros e rotinas exaustivas. Na rodoviária lotada, malas cheias de afeto sinalizam que, apesar dos desafios, o abraço das netas e o cheiro do mar valem cada espera.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

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