Confirmo a interpretação mais provável: você quer que eu escreva uma reportagem em português sobre a morte da flautista Odette Ernest Dias com base no texto fornecido, respeitando as instruções dadas (ignorar seção “NOTÍCIAS RELACIONADAS” e seus links; não inserir título no corpo; não usar colchetes com fontes; não fazer subdivisões em tópicos). Vou produzir a reportagem em estilo jornalístico corrido, sem títulos ou subtítulos no corpo do texto, e sem colchetes de fontes.
Odette Ernest Dias, flautista nascida na França que se tornou referência da música brasileira, morreu aos 96 anos no Rio de Janeiro, deixando um legado como intérprete e educadora que atravessou gerações. Chegou ao Brasil aos 23 anos, convidada para integrar a Orquestra Sinfônica Brasileira, e consolidou uma carreira que mesclou atuação em orquestras, trabalho em estúdio e pesquisa musical; foi solista em gravações históricas e gravou dezenas de discos ao longo de décadas. Em meados da década de 1970 transferiu-se para Brasília, onde foi professora titular na Universidade de Brasília e onde sua casa se transformou no berço de encontros que deram origem ao Clube do Choro da capital. Esses saraus caseiros, iniciados com amigos e colegas, cresceram e se institucionalizaram, culminando na fundação oficial do Clube do Choro de Brasília em 1977, instituição que se tornaria referência cultural e, posteriormente, patrimônio imaterial do Distrito Federal. O filho da musicista, o violonista Jaime Ernst Dias, destacou em entrevista que Odette foi professora até os 90 anos e que sua atuação formou e influenciou muitas gerações de instrumentistas; entre seus seis filhos, cinco seguiram a carreira musical, reflexo direto de sua influência e inspiração. Ao longo da vida, Odette estabeleceu parcerias importantes com nomes da música brasileira, integrou orquestras de rádio e televisão, participou de gravações emblemáticas e também atuou como pesquisadora e autora de trabalhos teóricos, contribuindo para a compreensão e difusão da flauta na música nacional. O Ministério da Cultura registrou nota de pesar, ressaltando não apenas a excelência técnica e o compromisso artístico da flautista, mas também sua generosidade no ensino e o papel central que teve na formação do Clube do Choro de Brasília, espaço que se consolidou como patrimônio cultural e ponto de referência para o choro na cidade. Músicos e dirigentes do Clube lembram-na como apaixonada pelo gênero e sempre acompanhada de sua flauta; em homenagem realizada em 2021, Odette fez questão de tocar, reafirmando até as últimas décadas sua ligação com o instrumento e com as rodas de choro que ajudou a fomentar. Sua trajetória — da formação no Conservatório de Paris à inserção profunda na cultura musical brasileira — deixa um legado múltiplo: como intérprete de destaque, como professora dedicada e como catalisadora de um movimento cultural que ajudou a preservar e a ampliar o espaço do choro em Brasília e no país.

