O Ministério das Relações Exteriores da Rússia classificou nesta quinta-feira as operações militares dos Estados Unidos no Mar do Caribe como atos de pirataria e banditismo, em referência ao bloqueio imposto à Venezuela. A porta-voz Maria Zakharova afirmou que o mundo testemunha uma completa ilegalidade na região, com o roubo de propriedade alheia sendo revivido por meio da interceptação de petroleiros venezuelanos.
Zakharova destacou que a Rússia defende consistentemente a redução da escalada de tensões e expressou esperança de que o pragmatismo do presidente norte-americano Donald Trump permita soluções mutuamente aceitáveis, respeitando as normas do direito internacional. Ela reforçou o apoio de Moscou aos esforços do governo de Nicolás Maduro para proteger a soberania venezuelana e garantir o desenvolvimento estável do país.
As críticas russas ocorrem em meio a ações recentes de Washington, que capturou dois petroleiros carregados com petróleo bruto venezuelano: o Skipper, detido no dia 10 de dezembro, e o Centuries, apreendido no último sábado. Um terceiro navio, o Bella 1, resiste à abordagem da Guarda Costeira americana. Maduro tem denunciado essas operações como intervenção brutal, roubo e sequestro de embarcações privadas, além de ameaça grotesca à nação.
A tensão entre EUA e Venezuela intensificou-se em setembro, quando Washington começou a atacar barcos ligados a Caracas sob acusação de narcotráfico, negada pelo governo chavista. Na terça-feira, Rússia e China criticaram a pressão militar e econômica americana no Conselho de Segurança da ONU, qualificando-a de comportamento de caubói. No sábado, o Irã, aliado de Maduro, ofereceu apoio contra o que Caracas chama de pirataria e terrorismo internacional, após conversa entre chanceleres.
