No Brasil se desenha uma situação perigosa.
O Estado de São Paulo, governado pelo PSDB de João Dória, avança no seu plano de vacinar toda a população do Estado a partir de janeiro de 2021. Se for preciso, a revelia da própria ANVISA.
A CoronaVac, vacina produzida pelo laboratório Chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan está na terceira fase de testes, e após ter sua eficácia comprovada, ainda precisa ser liberada pela ANVISA, é o normal.
Acontece que a ANVISA de Bolsonaro, já tentou “boicotar” a vacina paulista do Butantan de Dória, atribuindo ao composto efeitos colaterais e uma suposta morte por suicídio, posteriormente esclarecida como uma overdose de medicamentos e drogas. Os testes foram suspensos e após muito debate político e declarações de lado a lado, liberada para continuar.
O calendário seguido é o eleitoral, não o da saúde. Explico.
2022
Precisamos perceber que o que está em jogo, mais que a imunização da população, é a cadeira da Presidência da República em 2022.
João Dória aposta na vacina como seu triunfo sobre Bolsonaro e seu trunfo eleitoral. E tem o apoio da China de Xi Jinping, que enxerga no Presidente e nos filhos a continuidade da política anti-China de Donald Trump.
A queda de Bolsonaro é uma vitória dupla para Dória e Xi, daí todos os esforços pela vacina.
O risco
Podemos imaginar duas situações acontecendo.
Como somos otimistas, vamos começar pela parte boa: A primeira é a vacina paulista-chinesa funcionar e haver uma corrida ao Estado de São Paulo, de brasileiros de todos os lugares, querendo se imunizar, colocando a pressão no governo federal, que não comprou e não disponibilizou a vacina. Com a corrida internacional para a compra da vacina que tiver eficácia comprovada, podemos imaginar mais 3 anos de pandemia antes de todos estarem imunizados, ou o suficiente para interromper a transmissão comunitária.
A segunda situação, é a vacina paulista não funcionar e/ou causar efeitos colaterais graves, fortalecendo o argumento dos grupos antivacina e um efeito cascata pelo resto do país. A população em sua maioria, se negando a se vacinar, teremos uma pandemia prolongada no Brasil, enquanto o resto do mundo se imuniza.
Soma-se a toda essa tensão política, a decisão que o STF deverá tomar em breve, sobre a obrigatoriedade ou não da vacinação e a liberdade do indivíduo frente a Constituição de 1988.
Decidindo o STF pela obrigatoriedade da vacina, teremos a tempestade perfeita e daí o risco da “Revolta da vacina – versão 5.0”.
Mais que imunização, o contexto político que envolve a liberação e vacinação da população é um barril de pólvora que pode eleger o próximo presidente ou destituir o atual e colocar novamente o Brasil em um redemoinho político-econômico de resultados imprevisíveis.
Enquanto isso, estamos prestes a atingir 180 mil mortes por coronavírus.
Por J. Laurentino
Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal NegoPB.