O secretário de Saúde da Paraíba, o médico pneumologista Geraldo Medeiros, fez um alerta à população da cidade de Campina Grande neste período de fim de ano.
O secretário de Saúde da Paraíba, o médico pneumologista Geraldo Medeiros, fez um alerta à população da cidade de Campina Grande neste período de fim de ano. O secretário, que também é campinense, lamentou a postura do atual prefeito Romero Rodrigues, que, ignorando os riscos sanitários impostos pelo avanço da pandemia de Covid-19, editou decreto no dia de hoje liberando os bares e restaurantes neste Natal e Ano Novo para ficarem abertos e promoverem todo tipo de aglomerações condenadas por entidades médicas e autoridades sanitárias do Brasil e do mundo.
Para o secretário, o decreto municipal do prefeito “contraria as maiores entidades científicas do Brasil e do Mundo em Relação da Covid-19”. Até esta quinta-feira (24), o município já registrou 15.149 casos da doença e 432 óbitos e esteve entre as 10 cidades com maior número de casos novos ao dia durante toda a semana.
Geraldo Medeiros alertou que “a decisão do prefeito em abrir bares e restaurantes na véspera de Natal e de ano novo põe em risco a vida dos campinenses, principalmente a dos portadores de doenças crônicas e dos idosos”.
Cidade sede da 2ª Macrorregião de Saúde da Paraíba, Campina Grande polariza o atendimento especializado do novo coronavírus para os 70 municípios que compõem a região. No Plano Estadual de Contingência, o território concentra quatro serviços de referência para a Covid-19. Ao todo, são 94 leitos de UTI adulto disponíveis para receber pacientes com quadro grave da doença. No mês de dezembro, a demanda por leitos de UTI adulto teve um crescimento considerável. De acordo com o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, o aumento foi de 128%. “A taxa de ocupação dos leitos em Campina Grande passou de 31% em 1º de dezembro para 53% no dia 22, chegando a picos de ocupação de 63%, em 15 de dezembro”, observa.
O secretário afirma que o decreto estadual, publicado no Diário Oficial do Estado do dia 22 de dezembro, traz orientações iguais a todos os 223 municípios e tem o objetivo de preservar a vida das famílias paraibanas. “Observamos um aumento de casos, óbitos e ocupação hospitalar nos últimos dias e isso nos preocupa. O decreto tem o intuito de evitar a aglomeração e o adoecimento da população, assim como também contempla as necessidades do segmento econômico de bares e restaurantes, uma vez que é permitido seu funcionamento para delivery e retirada de pedidos a partir das 15h do dia 24, 25, 31 de dezembro e de Janeiro de 2021”, pontua.
Segundo dados do Observatório de Síndromes Respiratórias da UFPB, a média móvel da taxa de transmissibilidade (Rt) do Novo Coronavírus em Campina Grande cresceu 26,7% entre 1º e 22 de dezembro. Hoje, a cada 100 infectados, são contaminadas mais 114 pessoas. Este valor é acima do considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um estágio controlado de epidemia, que deveria ser menor que 1,0. Em toda a 2ª Macrorregião, 55 municípios apresentam a média móvel do Rt acima do considerado controlado pelos órgãos mundiais de saúde.
Geraldo Medeiros ressalta ainda que Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos indica que bares, festas e shows são os ambientes mais propensos a espalhar o coronavírus entre as pessoas. Eles são classificados como locais de alto risco de contaminação. Ele afirma que essa é uma das razões para o Governo do Estado considerar medidas restritivas apenas nestas datas, uma vez que tendem a concentrar um grande número de pessoas sem o uso de máscaras.
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