O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou, durante uma reunião com empresários na Malásia, que o mundo não aceita mais uma “nova Guerra Fria”. A declaração foi feita durante a 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur. Lula defendeu a ideia de que o Brasil deve manter uma política externa focada na cooperação e no desenvolvimento, sem se alinhar a blocos rivais.
Ele destacou que a Asean é um parceiro estratégico e que o Brasil deseja estabelecer relações equilibradas com os Estados Unidos, a China e outros países. “Nós não queremos ficar disputando, como se disputou a partir da Segunda Guerra Mundial, quem era do lado da Rússia ou dos Estados Unidos. A gente não quer uma nova disputa entre quem está do lado dos EUA ou do lado da China. A gente quer estar ao lado da China, dos EUA, da Malásia, da Indonésia, de todos os países do mundo que queiram fazer negócios conosco”, afirmou Lula.
Anteriormente, naquele mesmo dia, Lula se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante a reunião, que durou cerca de 50 minutos, Lula pediu a suspensão imediata do tarifaço norte-americano sobre as exportações brasileiras, enquanto os dois países estão em negociação. O encontro foi considerado “muito positivo” pelo chanceler brasileiro, e a primeira reunião de negociação entre as diplomacias brasileira e norte-americana está programada para ocorrer ainda naquele domingo na Malásia.
Lula também destacou a importância de fortalecer as parcerias internacionais do Brasil, especialmente na América do Sul. Ele mencionou que, desde seu primeiro mandato em 2003, tem buscado ampliar a influência geopolítica e econômica do Brasil, desafiando o isolamento histórico da América do Sul. “Durante muito tempo, o Brasil esteve isolado na América do Sul. O Brasil olhava para a Europa e os Estados Unidos, e nós resolvemos tomar a decisão de que era preciso fazer o Brasil ter uma importância maior na geopolítica econômica e comercial”, completou Lula.

