O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), destacou que a adaptação climática deve ser uma “prioridade absoluta” durante o evento, que ocorrerá em novembro na cidade de Belém, no Pará. Segundo ele, a adaptação, que consiste em ajustar a sociedade para lidar com os impactos já existentes ou inevitáveis da crise climática, ganha importância diante da aceleração das mudanças climáticas, afetando diretamente a vida das pessoas. Corrêa do Lago enfatizou a necessidade de a COP30 ser reconhecida como uma cúpula focada na adaptação, mostrando a sensibilidade global em relação a essa questão.
A COP utiliza tradicionalmente duas estratégias para enfrentar a crise climática: mitigação, que visa à redução das emissões de gases de efeito estufa, e adaptação, que trata da capacidade de ajustamento às consequências do aquecimento global. A poucos dias da abertura da COP30, pouco mais de 60 países apresentaram suas metas de mitigação, conhecidas como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). O embaixador afirmou que o atraso na entrega das NDCs se deve à complexidade de elaborar compromissos que sejam factíveis e críveis, uma vez que os países precisam negociar internamente para garantir a viabilidade dessas metas.
Outro ponto destacado pela presidência brasileira da COP30 é o Fundo Tropical das Florestas (TFFF), que visa captar recursos públicos internacionais para proteger florestas tropicais, recompensando financeiramente os países que mantêm suas florestas preservadas. O Brasil busca alcançar US$ 10 bilhões em investimentos para esse fundo até o final de sua presidência na COP. O embaixador classificou o mecanismo como “imenso sucesso” e uma iniciativa inovadora, capaz de atribuir valor econômico às florestas em pé, um desafio histórico na economia ambiental. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também considerou essa meta ambiciosa, mas possível, e ressaltou que alcançar esse montante seria um grande feito.
A COP30, que acontece entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025 em Belém, se destaca pela relevância do local escolhido, que possibilita discutir a Amazônia dentro da própria Amazônia, envolvendo não apenas a conservação ambiental, mas também aspectos sociais, como a situação dos povos indígenas e ribeirinhos. O evento promete ser um marco na agenda climática global, reunindo lideranças, cientistas, organizações e representantes da sociedade civil para debater soluções integradas que envolvam mitigação, adaptação e preservação florestal, colocando o Brasil em evidência na luta contra as mudanças climáticas.
