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Anvisa proíbe venda de remédios da Needs e da Bwell

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária determinou nesta terça-feira a proibição imediata do comércio e da propaganda de todos os medicamentos das marcas Bwell e Needs, controladas pelo grupo RD Saúde, responsável também pelas redes de farmácias Raia e Drogasil. A medida, publicada no Diário Oficial da União, impede a venda desses produtos nas lojas físicas, nos sites das drogarias e por qualquer terceiro, incluindo pessoas físicas, jurídicas ou veículos de comunicação, com exigência de retirada imediata de ofertas e divulgações publicitárias.

Segundo a Anvisa, a RD Saúde não possui autorização de funcionamento para atuar como produtora de medicamentos, o que configura irregularidade sanitária e viola exigências obrigatórias de legislação para garantir a segurança, qualidade e eficácia dos fármacos. A proibição abrange todos os itens classificados como medicamentos, independentemente do lote, mas não afeta outros produtos das marcas, como itens de higiene, beleza, cosméticos e suplementos alimentares, que continuam à venda normalmente.

A decisão ocorre em um momento em que a RD Saúde avançava em estratégias de marcas próprias no setor farmacêutico. Recentemente, no início do mês, o grupo obteve licenças para produzir e comercializar mais de 20 moléculas de medicamentos isentos de prescrição, como dipirona, paracetamol e associações para analgésicos e antitérmicos, com lançamentos previstos para 2026 sob a marca Bwell. Lançada em 2023, a Bwell já oferecia multivitamínicos, magnésio, lactase e melatonina, enquanto a Needs foca em higiene e cosméticos, com as vendas de marcas próprias somando cerca de R$ 1,5 bilhão em 2024.

Em nota enviada à imprensa, a RD Saúde rebateu a determinação, afirmando que não é uma indústria farmacêutica e não produz medicamentos diretamente. A empresa destacou que os produtos das marcas Bwell e Needs são fabricados por indústrias terceiras devidamente licenciadas e autorizadas pela Anvisa, com registro regular na agência e conformidade às normas regulatórias. O grupo anunciou que apresentará recurso administrativo para detalhar seus procedimentos e contestar a medida.

Líder do mercado com cerca de 3.400 farmácias no país, a RD Saúde, resultante da fusão entre Droga Raia e Drogasil em 2011, tem ampliado o portfólio de marcas próprias como forma de reduzir dependência de fornecedores e elevar margens operacionais. A proibição representa um revés para essa expansão, especialmente no segmento de medicamentos de alto giro, e reforça o rigor da Anvisa na fiscalização de boas práticas de fabricação, mesmo para varejistas que entram no ciclo produtivo via parcerias. O caso destaca a vigilância sobre a rastreabilidade e conformidade técnica em um mercado onde marcas próprias ganham espaço, mas exigem supervisão sanitária equivalente à de laboratórios tradicionais.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

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