Após Bolsonaro alegar estar ‘sob efeito de remédios’, advogado criminalista Kakay pede “análise de todas as decisões” do ex-presidente

O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, viu como sendo de “altíssima periculosidade” a linha adotada pela defesa de Jair Bolsonaro (PL) diante o inquérito sobre sua participação nos atentados terroristas de 8 de janeiro. 

Nesta quarta-feira (26), o ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento à Polícia Federal. Investigadores acreditam que uma postagem feita por Bolsonaro em 11 de janeiro o vincula aos atos golpistas ocorridos três dias antes, uma vez que o post, que duvidava do sistema eleitoral sem apresentar provas, foi considerado um sinal de que ele poderia ter encorajado a invasão dos prédios dos Três Poderes da República.

Durante seu depoimento à PF, Bolsonaro afirmou que fez a postagem “sem querer”. O ex-ministro e advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, alegou que o ex-presidente estava sob efeitos de medicamentos quando fez a publicação. No entanto, essa está sendo apontada com extremamente perigosa por especialistas.

Para Kakay, o argumento pode levar a uma revisão de todas as decisões de Bolsonaro. “Sem nenhuma crítica a linha adotada pela defesa do ex-presidente Bolsonaro, assumindo a completa condição do ex-presidente por não estar no gozo pleno de suas faculdades mentais, em não poder assumir os seus atos quando assinou suas mensagens postadas em momento crítico da história recente, ressalto que esta é uma defesa de altíssima periculosidade. O ex-presidente da República quer se eximir da responsabilidade do que assinou! Vulgar. Banal. Seria importante fazer uma comissão para analisar todas as decisões do ex-presidente. Talvez esta investigação pudesse chegar à conclusão óbvia: ou o Bolsonaro é um inepto, ou um bandido ou, só um idiota”.