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Após ventania, São Paulo tem 1,5 milhão de clientes sem energia

A região metropolitana de São Paulo enfrentou um apagão significativo que deixou cerca de 1,5 milhão de clientes sem energia na manhã desta quinta-feira (11), consequência das fortes ventanias registradas na quarta-feira (10). Na capital paulista, aproximadamente 1 milhão de imóveis permaneciam sem luz, enquanto outras cidades da Grande São Paulo, como Barueri, Carapicuíba, Cotia, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra e São Bernardo do Campo, também foram afetadas. Na véspera, o número de clientes sem energia chegou a ultrapassar 2 milhões, segundo a concessionária Enel.

A ventania que atingiu a região teve rajadas de vento que chegaram a 98 km/h, provocadas pela passagem de um ciclone extratropical vindo do sul do país. Esses ventos fortes causaram queda de aproximadamente 514 árvores e provocaram diversos danos à rede elétrica, como a deposição de galhos e objetos sobre a fiação, o que dificultou e prolongou o restabelecimento da energia. A Defesa Civil informou também a ocorrência de uma morte em Campos do Jordão, decorrente de um deslizamento de terra causado pelas condições climáticas adversas.

Os problemas causados pelo apagão tiveram impacto direto na mobilidade urbana, com mais de 200 semáforos desligados pela falta de energia, o que resultou em um congestionamento de aproximadamente 97 km pela manhã. O Aeroporto de Congonhas registrou cinco voos cancelados e um com atraso, complicando o tráfego aéreo local. Além disso, os parques da cidade, que foram fechados temporariamente, foram reabertos nesta manhã.

A concessionária Enel mobilizou cerca de 1.500 equipes de manutenção para atuar no reparo e restabelecimento da energia, e informou que cerca de 500 mil clientes já tiveram o serviço restabelecido até o início da manhã desta quinta-feira. Paralelamente, a Prefeitura de São Paulo notificou a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e a Enel, cobrando explicações sobre os motivos do apagão e o tempo prolongado para a recuperação do fornecimento, além de questionar a quantidade de veículos de manutenção parados na garagem da concessionária durante a crise. Esta situação remete a episódios anteriores, incluindo apagões recentes em novembro de 2023 e outubro de 2024, nos quais a resposta operacional da empresa foi alvo de críticas.

Os transtornos provocados pela tempestade se estenderam a diversas áreas da metrópole, com relatos de danos em estruturas urbanas, interrupção do transporte público — como a Linha 10-Turquesa da CPTM operando com intervalos maiores devido à avaria na rede aérea — e impactos no funcionamento de hospitais. A concessionária recomendou que os consumidores priorizem os canais digitais para reportar a falta de energia e acompanhar a recuperação do serviço.

Este episódio reforça as preocupações quanto à fragilidade da rede elétrica diante de eventos climáticos extremos, ressaltando a necessidade de melhorias na infraestrutura e planos de contingência eficientes para minimizar impactos futuros.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)