Dias após o início da **Operação Contenção**, deflagrada no Rio de Janeiro para combater o Comando Vermelho nos Complexos da Penha e do Alemão, os governos da Argentina e do Paraguai decidiram reforçar a segurança nas suas fronteiras com o Brasil. A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou o reforço das tropas federais para evitar a entrada de criminosos brasileiros que possam fugir do estado carioca, classificando os membros do Comando Vermelho como narcoterroristas e orientando uma cooperação policial mais intensa entre os três países. O Paraguai, por sua vez, adotou medidas extraordinárias de vigilância e controle migratório em sua fronteira, em resposta a alertas do Comando Tripartite da Tríplice Fronteira, uma iniciativa de cooperação policial entre Brasil, Argentina e Paraguai.
A **Operação Contenção**, realizada pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, mobilizou cerca de 2,5 mil agentes para cumprir mais de 100 mandados de prisão e 180 de busca e apreensão nas comunidades dos dois complexos, onde vivem aproximadamente 280 mil pessoas. Considerada a maior e mais letal operação de segurança no estado em 15 anos, a ação resultou em pelo menos 64 mortes, incluindo quatro policiais, e cerca de 81 prisões até o momento. Foram apreendidos mais de 90 fuzis, além de grande quantidade de drogas, armas e munições. A operação utilizou meios tecnológicos avançados, como drones, helicópteros blindados, blindados terrestres e veículos de demolição.
O governo estadual classificou a operação como um sucesso e afirmou que as pessoas mortas reagiram com violência, enquanto os que se renderam foram presos. No entanto, a ação gerou intensa repercussão negativa devido a denúncias de execuções extrajudiciais e violência extrema, incluindo relatos de moradores e organizações sobre corpos de vítimas encontrados com sinais de execução, como degola. O cenário de confrontos e retaliações provocou pânico na cidade, com bloqueios de vias, fechamento de escolas e comércio, além de suspensão de serviços públicos em várias regiões.
A operação foi precedida por mais de um ano de investigações e cerca de 60 dias de planejamento estratégico, objetivando conter a expansão do Comando Vermelho, uma das principais facções criminosas do país. Apesar da severidade da ofensiva, a ação evidenciou também problemas estruturais de coordenação e controle estatal, com questionamentos judiciais e pressão de organismos de direitos humanos para que sejam respeitadas as garantias legais e investigados possíveis abusos.
Em função dos desdobramentos no Rio, as forças policiais de Argentina e Paraguai mantêm intensificado o patrulhamento nas suas fronteiras com o Brasil, reafirmando a colaboração trilateral para enfrentar o tráfico de drogas e o crime organizado na região da Tríplice Fronteira e evitar a migração de facções criminosas entre os países.
