No tombo da noite desta terça-feira, 21 de outubro, o Estádio Banco Guayaquil, em Quito, foi palco de um duelo eletrizante entre Independiente del Valle, do Equador, e Atlético-MG, partida de ida das semifinais da Copa Sul-Americana. Sob olhares atentos de doze mil expectadores, o gramado sintético da moderna arena equatoriana testemunhou uma batalha estratégica, cheia de tensão e reviravoltas, deixando tudo em aberto para o jogo de volta, marcado para Belo Horizonte.
O Independiente del Valle saiu na frente diante de sua torcida. Aos onze minutos do primeiro tempo, após árbitro assinalar pênalti a favor do time da casa, Junior Sornoza aproveitou a cobrança para inaugurar o placar. Com frieza e precisão, o camisa 10 do time equatoriano enganou o goleiro Everson e, ouf, a bola nem viu o trêmulo das redes. O lance veio após falta de Ruan, do Atlético-MG, que já havia recebido cartão amarelo poucos minutos antes. Hulk, protagonista incontestável dos jogos do Galo, demorou a aparecer, mas deixou seu recado nos momentos mais decisivos.
O Atlético-MG, sob o comando tático de Jorge Sampaoli, foi ao ataque, criando oportunidades claras ao longo dos 90 minutos. Bernard disparou em potência, mas a bola foi bem defendida pelo goleiro Villar. Menino tentou com categoria, mas a zaga local também não abriu brechas. Mesmo atuando em altitude — o estádio fica a quase 2.850 metros acima do nível do mar —, o time mineiro sustentou o ritmo e manteve a pressão até o último suspiro.
Quando as esperanças pareciam se esgotar, veio a resposta brasileira. Nos acréscimos do segundo tempo, já aos 92 minutos, Hulk brilhou na tabela com Dudu, que, em arrancada ofensiva, chutou sem dó e colocou as empolgações num tablado só. O gol da igualdade foi histórico: primeiro do atacante pela camisa do Galo, selando o empate in extremis e devolvendo ao Atlético-MG o direito de sonhar com o título.
O resultado, 1 a 1, deixa o panorama claro para o duelo de volta, marcado para a próxima terça-feira, dia 28 de outubro, na Arena MRV, em Belo Horizonte. O Atlético-MG precisa apenas de um triunfo de um gol de diferença para garantir a vaga na decisão — na série de gols fora de casa, não há qualquer vantagem, pois ambos marcaram um tento no duelo inicial. O Independiente del Valle, por sua vez, precisará de uma vitória ou permanecerá na disputa apenas caso empatem sem gols, levando a decisão para os pênaltis.
Enquanto isso, o Estádio Banco Guayaquil segue como símbolo do crescimento do futebol equatoriano: arena moderna, climatizada, com assentos individuais para todos os espectadores, tecnologia de ponta para ingresso, estatísticas e alimentação, além de áreas exclusivas para imprensa, empresários e torcedores de luxo. O clube equatoriano investiu forte para deixar de ser coadjuvante e conquistou protagonismo continental. E nessa noite, deu um recado ao Atlético-MG e à América do Sul: está cada vez mais difícil bater em Quito.
O jogo do título, no entanto, está pendurado na capital mineira. O Atlético-MG chega com a obrigação de confirmar, em casa, a parceria de Hulk e Dudu, que já rendeu o empate em Quito. O Independiente del Valle, por seu turno, sabe que um gol silencioso pode ser suficiente para escrever mais um capítulo de sua história breve, mas repleta de feitos grandiosos. Resta saber quem terá mais fôlego para decidir, na bola parada ou no apito final, o destino da Copa Sul-Americana de 2025.

