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Avenida Brasil é interditada e carros são incendiados no Rio

# Operação Barricada Zero segue com confrontos intensos no Rio de Janeiro

As forças de segurança realizaram hoje o quarto dia consecutivo da Operação Barricada Zero em diversas comunidades do Rio de Janeiro e no Complexo de Israel, na Cidade Alta, em Cordovil, enfrentando resistência organizada de traficantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP). A ação, que começou durante a madrugada, resultou em confrontos violentos, interdições de vias principais e na remoção de centenas de toneladas de materiais utilizados como obstáculos pelas organizações criminosas.

Durante a madrugada, a Polícia Militar precisou fechar a Avenida Brasil por 40 minutos nos dois sentidos como medida preventiva para evitar que criminosos disparassem contra ônibus urbanos a partir da comunidade, prática que resultou na morte de um trabalhador em ocasiões anteriores. Com a chegada das equipes, os traficantes reagiram atirando contra os policiais e incendiando barricadas e veículos para impedir o avanço da operação. A reação criminosa foi tão intensa que quatro unidades de saúde da região da Cidade Alta suspenderam preventivamente o atendimento à população durante o confronto.

A região é comandada pelo traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como “Peixão”, que coordena ataques sistemáticos contra ônibus com o objetivo de desviar a atenção das autoridades de suas operações criminosas. De acordo com informações de inteligência da Polícia Militar, grupos criminosos da área vêm adotando práticas semelhantes às de milícias, incluindo a cobrança de taxas por serviços de internet e telefonia, bloqueando sinais quando os moradores se recusam a pagar.

A operação se estende simultaneamente por diversas comunidades na zona norte do Rio e em vários municípios da Baixada Fluminense. As áreas alvo incluem Cidade Alta, Furquim Mendes, Guaporé, Kelsons, Pica-Pau, Quitungo, Tinta e Fubá no Rio de Janeiro, além de comunidades em São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri, Mesquita e Queimados. As sete estações da Supervia do ramal Saracuruna ficaram fechadas, impactando significativamente o transporte local.

Somente nesta quinta-feira, as equipes de segurança removeram 318 toneladas adicionais de materiais utilizados para fazer barricadas. Desde o início da operação há quatro dias, foram extraídas 1.168 toneladas de obstáculos, possibilitando o enfraquecimento das organizações criminosas e a liberação das vias para a população das comunidades. A operação é coordenada pelo Gabinete de Segurança Institucional e conta com o apoio de máquinas pesadas, como retroescavadeiras e rompedores hidráulicos, com o objetivo de impedir a reinstalação das barricadas.

O coordenador da Operação Barricada Zero, Edu Guimarães, afirmou que algumas comunidades conseguiram se libertar das barricadas. Ele ressaltou a importância do monitoramento contínuo pelos órgãos estaduais e municipais para garantir que os obstáculos não retornem. Guimarães enfatizou também a necessidade de participação ativa da população, particularmente através do Disque Denúncia, que está preparado para receber informações sobre atividades criminosas na região e repassar dados para a coordenação da operação.

Durante a manhã, criminosos tentaram impedir a atuação policial no Campinho disparando contra os agentes. Na Cidade Alta, incendiaram pneus e outros objetos para criar barreiras de fogo e fumaça contra o avanço das equipes. Segundo o secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, houve confrontos nas comunidades do Campinho e Fubá, mas as equipes conseguiram estabilizar o terreno e liberar a região para continuação do trabalho. O fechamento preventivo da Avenida Brasil foi adotado como protocolo de segurança para proteger a integridade física das pessoas.

Na região da Cidade Alta, foram removidos oito veículos incendiados que estavam sendo utilizados como barricadas. A Polícia Militar prendeu dois criminosos armados com dois fuzis e deteve um terceiro quando tentava incendiar uma barricada. Em uma casa, agentes encontraram pneus destinados à montagem de novas obstruções. Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão”, continua foragido e não foi localizado durante as ações.

A Polícia Civil reforça as investigações relacionadas à operação. A corporação prendeu dois criminosos responsáveis por disparar contra um operador de retroescavadeira que auxiliava na retirada de barricadas no Corte Oito, em Duque de Caxias, durante o segundo dia de operação. O diretor do Departamento Geral de Polícia da Baixada Fluminense, delegado Gabriel Ferrando, informou que os dois homens envolvidos no incidente foram presos em menos de 24 horas, e que as investigações continuarão para todos os fatos relacionados à operação.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
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