A Avenida Paulista foi palco, neste domingo (7), de uma grande mobilização contra o feminicídio que reuniu cerca de 9,2 mil pessoas, entre mulheres e homens, segundo metodologia do Monitor do Debate Político da USP. O ato, organizado pelo Levante Mulheres Vivas, teve como foco principal o combate à violência contra as mulheres, a exigência de punições mais rigorosas para crimes motivados por misoginia e o enfrentamento ao discurso de ódio. Participantes usaram roupas nas cores preta, roxa e lilás para simbolizar a luta contra a violência de gênero e a preservação da vida feminina.
Durante o protesto, foram levantadas questões estruturais que perpetuam a violência contra as mulheres, como a necessidade de mudanças na legislação, respeito à liberdade feminina e conscientização social. A professora Jessica Torres, que participou do evento, destacou a importância de abordar a misoginia desde a infância, afirmando que o combate a comportamentos discriminatórios deve começar cedo, já que crianças reproduzem padrões familiares.
O ato também recordou casos recentes de feminicídio, trazendo à tona histórias como a da farmacêutica Daniele Guedes Antunes, assassinada em Santo André, e de Milena de Silva Lima, morta em Diadema por um ex-companheiro. A manifestação contou com falas de lideranças sociais e parlamentares, entre eles a deputada federal Erika Hilton, que reforçou a necessidade de dignidade e proteção para todas as mulheres.
A concentração principal ocorreu em frente ao MASP, de onde os manifestantes seguiram em caminhada por parte da Avenida Paulista, mostrando grande engajamento e clamando por justiça e políticas públicas eficazes para prevenir e punir a violência de gênero. O protesto se inseriu em uma mobilização nacional que abarcou mais de 25 estados, demonstrando a amplidão do movimento pelo fim do feminicídio no Brasil.

