Nesta segunda-feira, o Banco Central (BC) aprovou um aumento de capital de R$ 840 milhões em duas instituições controladas pelo Banco Master, apenas um mês após ter rejeitado a compra de parte do banco pelo Banco de Brasília (BRB). O Banco Master Múltiplo receberá R$ 420 milhões, enquanto seu braço digital, a Will Financeira (Will Bank), será reforçada com R$ 419 milhões. Com esses aportes, o capital social do Master passará para R$ 1,586 bilhão, e o da Will Financeira para R$ 789 milhões.
A decisão do BC ocorre em meio à revisão de regulações financeiras mais significativa dos últimos anos. A rejeição da compra pelo BRB, que estava avaliada em R$ 2 bilhões, também marcou uma das negociações mais controversas do setor em 2025. A transação, que previa a compra de 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais do Master, foi contestada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) devido a irregularidades processuais.
O Banco Master tem enfrentado desconfianças do mercado devido à sua política de captação agressiva, oferecendo rendimentos muito acima da média em certificados de depósito bancário lastreados em ativos de risco, como precatórios. Essa estratégia levou a investigações e medidas mais rígidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Apesar das pressões regulatórias, o grupo Master manteve o plano de reforço patrimonial, com um total de R$ 2,84 bilhões injetados em 2025, incluindo os R$ 840 milhões recentemente aprovados. O Will Bank, que está à venda, encerrou o primeiro semestre com um prejuízo de R$ 244,7 milhões. A aprovação do BC é vista como uma tentativa de estabilizar as finanças do conglomerado e garantir sua liquidez, permitindo que o grupo continue operando sob novas regras prudenciais.

