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Belém: saiba mais sobre a cidade palco da COP30

A cidade de Belém, no Pará, que sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) de 10 a 21 de novembro de 2025, guarda uma história que remonta a milhares de anos e está profundamente ligada ao povo Tupinambá, seus primeiros habitantes e guardiões de saberes ancestrais essenciais para os desafios ambientais atuais. Antes mesmo de ser nomeada Belém, em 1616, a região era conhecida como Mairi, território considerado sagrado, ligado à entidade Maíra, responsável pela origem do mundo e portadora dos segredos sobre culturas como a mandioca e o açaí. Pesquisas arqueológicas indicam que essa área amazônica foi densamente povoada há cerca de 11 mil anos, desafiando antigas concepções sobre ocupação humana na Amazônia e mostrando uma conexão profunda entre as populações indígenas e o meio ambiente local.

A COP30 é um dos maiores eventos globais dedicados à discussão e negociação das ações para mitigar a crise climática, reunindo países membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), onde se discutem temas que vão desde a redução de emissões até a adaptação às mudanças em andamento. Como sede da conferência, o Brasil reforça seu compromisso com a governança climática internacional, especialmente frente à importância vital da Amazônia para o equilíbrio climático global. A cidade de Belém, assim, se torna palco para debates cruciais sobre a proteção das florestas tropicais, a transição energética justa, o financiamento climático e a conservação de oceanos e biodiversidade.

A preparação para o evento tem enfrentado desafios logísticos, incluindo limitações de hospedagem e infraestrutura, que geram preocupações tanto entre os delegados internacionais quanto na população local. Entre os principais temas da conferência estão a necessidade urgente de avançar na redução do uso de combustíveis fósseis, a implementação de mecanismos de recompensa para países que preservam florestas, como o Fundo Tropical das Florestas, e a integração dos saberes indígenas nas estratégias climáticas. A expectativa também se concentra em anúncios significativos sobre recursos financeiros para adaptação, essenciais para dar suporte aos países mais vulneráveis aos efeitos da crise climática.

Além disso, a COP30 em Belém terá momentos dedicados à cúpula de líderes mundiais, prevista para os dias 6 e 7 de novembro, antecedendo o período oficial das negociações. Essa reunião simbólica visa fortalecer o multilateralismo e ampliar os compromissos globais em um momento em que a participação e o apoio de grandes emissores, como os Estados Unidos, ainda são incertos. O confronto entre as promessas e a realidade das ações climáticas globais, especialmente no que se refere à ambição e ao financiamento, permanece um tema sensível, tanto na COP30 quanto nas negociações subsequentes.

Assim, a escolha de Belém para sediar a COP30 é tanto uma oportunidade para trazer à tona a importância da Amazônia – com suas riquezas naturais e culturais – quanto um chamado para que o mundo avance com seriedade e justiça na resposta à emergência climática. A conferência destacará a necessidade de estratégias integradas que realizem a transição energética, promovam a gestão sustentável dos recursos naturais, apoiem a resiliência urbana e garantam o desenvolvimento humano e social, mantendo firme o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas que norteia o regime climático internacional. Em meio a isso, a voz dos povos indígenas e as lições ancestrais terão um papel central na busca por soluções que respeitem a diversidade e a complexidade do planeta que habitamos.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)