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Livro do fundador da Microsoft, “Código-Fonte: Como Tudo Começou”, será lançado no Brasil pela Companhia das Letras em 4 de fevereiro
Bill Gates critica interferência política de Elon Musk e alertas sobre populismo de direita
Em entrevista ao jornal britânico The Times, Bill Gates, fundador da Microsoft, expressou preocupação com a crescente influência de Elon Musk em cenários políticos internacionais. Gates acusou o bilionário, CEO da Tesla e aliado do ex-presidente dos EUA Donald Trump, de contribuir para a desestabilização de políticas globais. “É uma insanidade que ele possa desestabilizar situações políticas em diferentes países”, declarou Gates, sugerindo que nações adotem medidas para limitar o poder de bilionários em processos eleitorais. “Nos Estados Unidos, estrangeiros não podem doar dinheiro. Talvez outros países devam considerar salvaguardas semelhantes”, propôs.
As declarações ocorrem após Musk investir US$ 277 milhões em campanhas de Trump e outros republicanos durante as eleições de 2024. Desde a vitória de Trump, Musk tem apoiado publicamente partidos de extrema direita, como o alemão AfD e o britânico Reform UK. Gates questionou não apenas o impacto dessas ações, mas também a capacidade de Musk de conciliar suas múltiplas responsabilidades empresariais com o ativismo político. “É difícil entender como alguém com uma fábrica de carros na China e na Alemanha, um negócio de foguetes dependente de nações soberanas, e que gerencia cinco empresas, ainda encontra tempo para se envolver em algo como essa história no Reino Unido”, ponderou.
Gates também expressou preocupação com o avanço do populismo de direita e a polarização política global. Ele criticou o apoio de Musk a figuras como Nigel Farage, líder do Reform UK, e ao partido alemão AfD, conhecido por suas posições extremistas. “Você quer promover a direita, mas diz que Nigel Farage não é suficientemente de direita… Isso é uma loucura. Você apoia o AfD. Podemos todos exagerar, mas se alguém é superinteligente, como ele é, deveria pensar em como ajudar. Isso é agitação populista”, afirmou.
O fundador da Microsoft destacou os desafios enfrentados pelas democracias contemporâneas, como o envelhecimento da população e a crescente hostilidade em relação a imigrantes. “Nosso problema é uma sociedade envelhecida, orçamentos apertados e uma guinada de direita para o isolamento, com ódio a todos os estrangeiros e, por isso, a recusa em ajudar mesmo aqueles que não estão no seu próprio país. Estamos em uma situação desafiadora”, alertou.
Legado filantrópico e críticas ao isolacionismo de Trump
Desde que deixou a presidência do conselho da Microsoft em 2014, Gates tem se dedicado integralmente à filantropia por meio da Fundação Bill e Melinda Gates, que atua em iniciativas globais como a erradicação de doenças e o combate à pobreza. Apesar de já ter elogiado Donald Trump em reuniões sobre inovação, Gates agora critica as políticas isolacionistas de sua administração. “Certamente, se você pensa através da minha lente de ‘Vamos ajudar os países pobres’, há muito em jogo”, concluiu.
Lançamento de autobiografia
A entrevista coincide com o lançamento da autobiografia de Gates, intitulada “Código-Fonte: Como Tudo Começou”, que narra sua trajetória até a fundação da Microsoft. O livro será lançado no Brasil pela Companhia das Letras na próxima terça-feira (4/2), oferecendo aos leitores um mergulho na vida e nos pensamentos de um dos nomes mais influentes da tecnologia e da filantropia global.
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