O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, atingiu nesta terça-feira (2) o marco histórico de 161.092 pontos, superando pela primeira vez a barreira dos 161 mil pontos e fechando em seu maior nível de fechamento da história, com uma alta de 1,56%. Esse resultado representa um ganho acumulado de 33,93% em 2025 e uma alta de 1,27% na semana. No mesmo dia, o dólar comercial registrou queda, fechando a R$ 5,33, valor mais baixo em duas semanas, com recuo de 0,52%.
Esse movimento positivo no mercado brasileiro foi influenciado por fatores tanto internos quanto externos. No cenário internacional, as taxas dos títulos públicos dos Estados Unidos caíram diante das apostas crescentes de que o Federal Reserve deve iniciar cortes nos juros na reunião marcada para a próxima semana, o que promoveu a desvalorização do dólar globalmente. Internamente, a aprovação pelo Senado de um projeto que aumenta a taxação sobre fintechs e empresas de apostas esportivas foi bem recebida pelo mercado, pois deve ajudar o governo a equilibrar as contas em 2026.
Além disso, o resultado da produção industrial brasileira em outubro, que apresentou alta de 0,1%, embora abaixo das expectativas, reforçou a possibilidade de redução da taxa Selic já em janeiro do próximo ano, o que também estimulou os investidores. O Ibovespa ganhou ainda mais força após a divulgação da conversa telefônica entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, em que o ex-presidente dos EUA elogiou Lula e diminuiu as tensões comerciais entre os dois países.
No pregão, as ações de setores cíclicos, mais sensíveis ao crescimento econômico e juros, se destacaram positivamente. Empresas como CVC e Vamos tiveram alta expressiva, impulsionadas pelo alívio na curva de juros futuros e por recomendações otimistas de análise técnica. Por outro lado, poucas ações fecharam em queda, com destaque negativo para a TIM.
O otimismo com o Ibovespa é ampliado pela visão de instituições financeiras internacionais que projetam que o índice pode continuar subindo nos próximos meses, podendo alcançar níveis entre 165 mil e 200 mil pontos ao longo de 2026. A valorização da bolsa, apesar de um cenário econômico doméstico ainda modesto, reflete o alinhamento de fatores político-econômicos, a melhora das relações comerciais e uma perspectiva positiva para o mercado de capitais brasileiro.
No acumulado do ano, outras aplicações também se destacaram, como o ouro, que registrou um retorno superior a 60% em 2025, impulsionado pela demanda segura dos bancos centrais globais. Entretanto, alguns ativos, como o bitcoin e o dólar Ptax, tiveram desempenho negativo no mesmo período.
Em resumo, o recorde alcançado pelo Ibovespa reflete a combinação de avanços econômicos domésticos, menor custo do dinheiro futuro no Brasil e Estados Unidos, e melhorias nas relações internacionais, especialmente entre Brasil e EUA, que aumentaram a confiança dos investidores locais e estrangeiros no mercado brasileiro.

