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Bolsa volta a bater recorde, apesar de pressões do exterior

Em uma sequência sem precedentes nos últimos 28 anos, a bolsa de valores brasileira celebrou mais um dia de glória registrando seu nono recorde consecutivo nesta quinta-feira, 6 de novembro de 2025. O Ibovespa, principal indicador do mercado acionário nacional, fechou aos 153.338 pontos, com alta modesta de 0,03%, mas suficientes para que o índice esticasse para 12 dias seguidos de valorização – desempenho inédito desde o período entre maio e junho de 1997.

O início do pregão foi marcado por otimismo: o Ibovespa chegou a subir 0,69% por volta das 11h, impulsionado por uma combinação de balanços corporativos positivos e pela entrada de capitais estrangeiros em busca dos juros elevados no Brasil. No entanto, a pressão das incertezas internacionais, especialmente diante da queda das commodities, provocou uma reversão momentânea, fazendo o índice perder força durante a tarde. Mesmo assim, nos minutos finais, o Ibovespa recuperou o fôlego e encerrou em mais um recorde histórico.

O dólar acompanhou o bom humor do mercado doméstico, fechando vendido a R$ 5,348, recuando 0,24% em relação ao pregão anterior. A cotação do dólar chegou a cair para R$ 5,33 no começo da manhã, subiu para R$ 5,36 próximo ao fechamento, mas acabou cedendo diante do fluxo positivo de investimentos externos. O comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou as expectativas de que o Banco Central manterá a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 15% ao ano por um período prolongado, servindo como atrativo para investidores internacionais em busca de maior rentabilidade.

Apesar das turbulências externas, a confiança doméstica segue fortalecida. O desempenho recente da B3 vem sendo alavancado por setores variados – de bancos a commodities, varejo e alimentos – e reflete o aumento da participação de investidores estrangeiros e pessoas físicas. O cenário de juros elevados, que poderia desacelerar a economia, neste momento impulsiona a renda variável, tornando o mercado acionário brasileiro um dos mais valorizados do ano.

A alta da bolsa brasileira tem impacto indireto, mas significativo, na economia real. Empresas mais valorizadas conseguem investir e expandir suas atividades, gerando empregos e aumentando a arrecadação de impostos. Para o investidor individual, o movimento abre oportunidades, não só por meio do ganho direto nas ações, mas também pelos efeitos secundários, como possível valorização do real, maior consumo e, no médio prazo, melhoria salarial.

O quadro atual mostra que, mesmo sob pressão das incertezas globais, a bolsa brasileira encontra caminhos para renovar máximas históricas, consolidando um ciclo virtuoso que beneficia investidores, empresas e, em última análise, a economia do país como um todo. Enquanto o mercado aguarda novos sinais do Banco Central e acompanha a dinâmica dos balanços corporativos, a trajetória do Ibovespa segue desafiando expectativas, confirmando o Brasil como um dos destinos emergentes mais atrativos para investimentos em renda variável.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)