O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22) em Brasília, após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou sua prisão preventiva. O mandado foi cumprido por policiais federais, que chegaram ao condomínio onde Bolsonaro residia por volta das 6h. O ex-presidente foi levado para a Superintendência da Polícia Federal, sem algemas e sem exposição midiática, conforme orientação do ministro.
Enquanto estiver na PF, Bolsonaro ficará numa cela de cerca de 12 metros quadrados, que foi reformada recentemente para receber autoridades. O espaço tem paredes brancas, cama de solteiro, armários, mesa de apoio, televisão, frigobar, ar condicionado, janela e banheiro privativo. Ele não terá contato com outros presos e poderá sair para o banho de sol. O local foi adaptado para garantir condições adequadas de custódia, reproduzindo, em parte, o modelo da cela onde o ex-presidente Lula ficou preso em Curitiba.
Bolsonaro passou por exames médicos após sua chegada e aguarda audiência de custódia, prevista para o domingo. A decisão de prisão foi motivada pela tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, que o mantinha em prisão domiciliar desde agosto. A PF alegou risco à ordem pública, especialmente após a convocação de uma vigília na porta do condomínio do ex-presidente.
A defesa de Bolsonaro afirmou que a prisão causa perplexidade e contesta a existência de risco de fuga, já que ele estava monitorado por tornozeleira eletrônica e sob vigilância policial. Os advogados também destacaram o estado de saúde delicado do ex-presidente e informaram que irão apresentar recurso contra a decisão.
Na segunda-feira, a Primeira Turma do STF julgará a prisão preventiva decretada por Alexandre de Moraes, em sessão virtual extraordinária convocada pelo presidente da turma, ministro Flávio Dino.

