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Brasil amarga derrota histórica para o Japão em amistoso em Tóquio

A seleção brasileira masculina de futebol viveu um capítulo histórico nesta terça-feira (14), mas não daqueles que alivia lágrimas ou levanta poesia — foi, ao contrário, uma derrota inédita, surpreendente para os canarinhos e celebrada como conquista heroica do lado japonês. Em pleno Estádio Ajinomoto, lotado, o Brasil desmoronou depois de comandar o placar por 2 a 0, sofreu a virada em apenas 20 minutos de segundo tempo e perdeu para o Japão por 3 a 2, num amistoso internacional válido pela preparação para a Copa do Mundo de 2026.

Vindos de uma goleada imponente de 5 a 0 sobre a Coreia do Sul dias antes, o elenco de Carlo Ancelotti entrou em campo disposto a reforçar as ideias do treinador italiano, mas também com mudanças significativas na formação titular. A esperança era de continuidade, de confirmação do bom momento, porém o adversário — organizado, compacto, nunca parou de correr — foi o protagonista do recado.

Os primeiros 45 minutos pareciam um passeio. O Japão teve a melhor chance inicial, mas foi o Brasil que abriu o placar aos 25 minutos: Bruno Guimarães achou Paulo Henrique, o lateral do Vasco, que saiu na cara do gol e tocou certeiro, marcando seu primeiro gol pela seleção. O segundo saiu logo depois, aos 31, com Lucas Paquetá lançando de cavadinha para Gabriel Martinelli estufar a rede. O poderio ofensivo canarinho, sobretudo em jogadas rápidas e toques apurados, parecia incontestável. Mas é no intervalo, quando se mede a determinação de um time, que se percebe a fragilidade ou a vontade.

Ao voltar, o Brasil esfriou. Em seis minutos, o zagueiro Fabrício Bruno errou feio na saída de bola, Minamino aproveitou para desempatar a defesa e chutar com categoria. Foi o estopim. O elenco, até então enaltecido pelo sistema defensivo (apenas um gol sofrido nos últimos cinco jogos), caiu na pressão japonesa. Aos 16 minutos, novo deslize de Fabrício Bruno: tentando cortar um cruzamento, acabou desviando para dentro do próprio gol, empatando o jogo. E, aos 25 minutos, Ueda cabeceou sozinho após escanteio curto para fechar a virada.

Ancelotti reagiu, mexeu no meio-campo, no ataque, na lateral, mas a harmonia do time parecia esgotada. O Japão não se sentiu intimidado — nos últimos minutos, cometeu apenas, com Tanaka a dois palmos do bi, e parou no bom desempenho de Hugo Souza. O Brasil, por sua vez, quase empata nos acréscimos, mas Richarlison desperdiçou cruzamento no milímetro.

No fim, um Brasil diferente — menos seguro, mais hesitante — saiu derrotado pela primeira vez na história para o Japão, que celebrava um feito inédito: em 11 partidas anteriores, o recorde brasileiro era de 11 vitórias e dois empates. A equipe europeizada de Carlo se transformou em um enigma, e o gosto amargo da virada expõe falhas que, com a seleção asiática disciplinada e incansável, não passaram despercebidas.

O revés alerta para os ajustes necessários na reta final para o Mundial. O campeão não pode se esconder em goleadas passageiras, tampouco no brilho individual. O sistema defensivo, antes seguro, mostrou-se vulnerável; o meio-campo, que dominava a bola, foi superado em movimentação e vontade. Apesar do futebol bonito do primeiro tempo, foi o segundo que contou a história deste jogo e, talvez, abra espaço para repensar a postura canarinha em futuros compromissos internacionais, em que pressão, erros e adversários determinados não escolhem momento para aparecer.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)