O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participou da inauguração do escritório da Embraer em Nova Délhi, na Índia, marcando um importante avanço nas relações bilaterais entre Brasil e Índia. Durante a cerimônia, foram assinados acordos relevantes nas áreas de tecnologia, defesa e indústria aeronáutica, reforçando a presença da Embraer no terceiro maior mercado de aviação do mundo. A empresa brasileira já possui aeronaves operando na Índia, com modelos que atendem à demanda por voos regionais econômicos e eficientes, e há interesse da Força Aérea Indiana em adquirir o avião cargueiro C-390 Millennium, o que representa um salto estratégico na cooperação entre os dois países, promovendo transferência de tecnologia, geração de empregos e ganhos de soberania.
A parceria da Embraer com o Grupo Mahindra, um dos maiores conglomerados indianos, avançará o projeto de industrialização, montagem local, manutenção e suporte logístico do C-390 na Índia, alinhando-se às políticas indianas de autossuficiência industrial. O escritório inaugurado em Nova Délhi funcionará como centro operacional da Embraer nas áreas de aviação comercial, executiva, defesa e mobilidade urbana, consolidando a estratégia da empresa no mercado indiano.
Além do setor aeronáutico, Brasil e Índia firmaram um cronograma para ampliar o Acordo de Comércio Preferencial Mercosul-Índia, com o objetivo de elevar o comércio bilateral para US$ 15 bilhões em 2025 e US$ 20 bilhões até 2026. O acordo atual abrange apenas 450 categorias de produtos, com reduções tarifárias modestas, mas a proposta visa ampliar o número de produtos beneficiados e aprofundar as preferências comerciais.
Para facilitar as relações comerciais, o governo brasileiro publicou recentemente decretos que estabelecem um acordo de facilitação de investimentos e evitam a bitributação entre os dois países, promovendo maior segurança jurídica para a cooperação econômica. A partir da próxima semana, estará disponível também o visto eletrônico voltado a negócios e consultorias, facilitando a mobilidade entre Brasil e Índia.
No campo da saúde, foi assinada uma parceria entre a Fiocruz e uma empresa indiana para viabilizar a transferência de tecnologia de vacinas. Em petróleo, a Petrobras concretizou um contrato para exportação de mais de 6 milhões de barris à Índia, e convidou o país a participar da disputa pelos blocos para exploração de petróleo nas bacias brasileiras de Campos e Santos, ampliando a cooperação energética.
A missão brasileira na Índia contou com representantes de 20 setores, incluindo agronegócio, tecnologia, energia e saúde, demonstrando o interesse multifacetado em expandir as relações comerciais, tecnológicas e industriais entre os dois países, que possuem perspectivas promissoras para a ampliação da parceria estratégica.
