O Banco de Brasília (BRB) vem enfrentando forte repercussão após as investigações conduzidas pela Polícia Federal envolverem a instituição em uma grande fraude financeira relacionada ao Banco Master. Segundo as apurações, o BRB teria adquirido carteiras de crédito fraudulentas do Master no valor total de cerca de R$ 12,7 bilhões, sendo que destas, mais de R$ 10 bilhões já foram liquidados ou substituídos. A fraude consistia na simulação de empréstimos em negociações de carteiras de crédito com outras instituições financeiras, especialmente durante um período de dificuldades de liquidez enfrentadas pelo Banco Master.
Em nota oficial divulgada na sexta-feira, o BRB afirmou que suas carteiras atuais seguem padrões adequados, garantindo a solidez da instituição e a colaboração contínua com as autoridades. O banco destacou que todo o processo de substituição das carteiras e adição de garantias, previstos em contrato, foi acompanhado pelo Banco Central. Além disso, o BRB informou que atua como credor na liquidação extrajudicial do Banco Master e que reforçou seus controles internos após a deflagração da Operação Compliance Zero, realizada pela Polícia Federal.
A dimensão do caso ganhou destaque com a prisão do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e de seu sócio, enquanto dirigentes do BRB, incluindo o então presidente Paulo Henrique Costa e o diretor de Finanças Dario Oswaldo Garcia Júnior, foram afastados dos cargos e também investigados por indícios de gestão fraudulenta e outros crimes financeiros. O Ministério Público Federal aponta para prejuízos à higidez do sistema financeiro nacional causados pelas operações suspeitas, que podem ter movimentado cerca de R$ 12 bilhões em valores fictícios, configurando crime de gestão fraudulenta passível de pena de reclusão.
Apesar do episódio, o BRB reforçou sua posição destacando que a instituição conta atualmente com mais de R$ 80 bilhões em ativos e mais de R$ 60 bilhões em carteira de crédito, além de ter registrado lucro líquido de R$ 518 milhões no primeiro semestre do ano, com uma margem financeira superior a R$ 2,3 bilhões. O banco também ressaltou sua ampla atuação nacional, com 988 pontos físicos de atendimento e liderança no crédito imobiliário no Distrito Federal.
A fraude exposta evidencia um esquema complexo em que o Banco Master emitia títulos lastreados em créditos inexistentes, que eram então vendidos ao BRB por valores bilionários, numa tentativa de socorrer a liquidez da instituição investigada. Atualmente, o processo segue sob investigação, com a realização de auditorias externas independentes pelo BRB para apurar os fatos e corrigir falhas de governança e controle interno. O caso já mobiliza a sociedade e autoridades que cobram responsabilização diante do impacto para o sistema financeiro e para os cofres públicos.

