Em uma cerimônia realizada no Palácio do Planalto, o novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, criticou duramente a Operação Contenção, que resultou em pelo menos 119 mortos no Rio de Janeiro. A operação, considerada a mais letal da história do estado, ocorreu nos complexos do Alemão e da Penha. Boulos destacou que a “cabeça do crime organizado” muitas vezes não está nas favelas, mas sim em atividades como a lavagem de dinheiro, citando a Operação Carbono Oculto da Polícia Federal como exemplo.
No início de seu discurso, Boulos pediu um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da operação, incluindo policiais e moradores das comunidades afetadas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve presente na cerimônia, mas não discursou. A cerimônia contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e de outros ministros, além de centenas de representantes de movimentos sociais.
Boulos afirmou que sua missão é ajudar o governo na “reta final” do mandato de Lula, com foco em dialogar com diferentes grupos, incluindo entregadores e motoristas de aplicativos. Ele ressaltou que as políticas que transformam a sociedade não surgem apenas nos palácios, mas sim nas ruas e nos territórios populares. Além disso, questionou a hipocrisia de quem se diz contra o sistema, mas não apoia propostas como a taxação de bilionários.
Ao final de seu discurso, Boulos agradeceu aos companheiros dos movimentos sociais, destacando o valor da solidariedade que aprendeu com eles. A cerimônia foi um momento de reflexão sobre as políticas públicas e a necessidade de abordar o crime organizado de forma mais ampla, além de reconhecer a importância do diálogo com a sociedade civil.

