A Caixa Econômica Federal anunciou planos para criar um fundo imobiliário utilizando imóveis dos Correios com o objetivo de ajudar a estatal a gerar novas receitas e melhorar sua situação financeira. Essa iniciativa faz parte de um conjunto de medidas estratégicas para reestruturar os Correios, que enfrentam dificuldades econômicas e acumulam prejuízos recentes.
O projeto do fundo imobiliário ainda está em fase inicial e em estudo, sem data definida para ser implementado. O funcionamento previsto envolve a transferência dos imóveis dos Correios — avaliados em mais de R$ 5,5 bilhões — para o fundo, que emitirá cotas a investidores interessados. Apesar da venda dos imóveis, a estatal continuaria utilizando os espaços alugando-os do fundo, numa operação conhecida como leasing back. Essa modalidade permite que a empresa capitalizar seu patrimônio sem perder o uso dos bens. O retorno médio estimado para os investidores, especialmente em Brasília, é em torno de 0,4% do valor dos imóveis, o que é considerado atrativo para o mercado.
Além do fundo imobiliário, a Caixa está participando das negociações para conceder um empréstimo de aproximadamente R$ 20 bilhões aos Correios, operação garantida pelo Tesouro Nacional e que será feita em parceria com outras instituições financeiras. No entanto, o valor exato que a Caixa irá aportar ainda não foi definido, pois as discussões estão em andamento.
O presidente da Caixa, Carlos Vieira, destacou que essa iniciativa integra um plano mais amplo de recuperação financeira dos Correios, que inclui revisão de contratos, otimização da logística e programas de demissão voluntária. Ele também ressaltou o valor da marca Correios no Brasil, justificando o esforço para manter a empresa operacional e sustentável financeiramente. Assim, a criação do fundo imobiliário e a concessão do empréstimo são passos complementares para fortalecer a estatal e garantir a continuidade de seus serviços diante do cenário de desafios econômicos.

