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Calçadão em SP homenageia personalidades que lutaram pela democracia

No coração da capital paulista, atrás da Câmara Municipal de São Paulo e próximo ao Terminal Bandeira, a Praça Memorial Vladimir Herzog emerge como um símbolo vivo de resistência e memória. O espaço é dedicado a lembrar o legado de Vladimir Herzog, jornalista brutalmente assassinado pela ditadura militar, e homenagear aqueles que lutaram — e ainda lutam — pela democracia e pelos direitos humanos no Brasil. Recentemente, a praça ganhou o Calçadão da Resistência, uma obra criada pelo Coletivo Cultural Associação de Amigos da Praça Memorial Vladimir Herzog, que integra um conjunto de tijolos intertravados com os nomes dos laureados pelo Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, premiação que reconhece desde 1979 personalidades dedicadas a essa causa.

A inauguração do calçadão aconteceu na manhã do dia 26 de outubro de 2025, durante uma cerimônia que homenageou os primeiros 51 agraciados com o prêmio na categoria especial, instituída em 2009. Entre os nomes gravados estão destacadas figuras como Tim Lopes, Sueli Carneiro, Mino Carta, Caco Barcellos, Luiz Gama, dom Paulo Evaristo Arns, Perseu Abramo, Dom Phillips, Rubens Paiva, Ziraldo e os trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que em 2022 receberam o Prêmio Especial Vladimir Herzog de Contribuição ao Jornalismo pelo empenho na defesa da comunicação pública no país.

A praça, que antes se chamava Praça da Divina Providência, foi renomeada em 2013 em homenagem a Herzog, que faleceu em 25 de outubro de 1975 após ser torturado durante interrogatório no DOI-CODI, sob a alegação oficial falsa de suicídio. A renomeação e a transformação do espaço foram conduzidas com o apoio da Câmara Municipal de São Paulo, da família Herzog e por meio da atuação de artistas como Elifas Andreato, cujo projeto visa representar não apenas a morte do jornalista, mas sobretudo sua luta e vida. O memorial combina obras artísticas como o mosaico “25 de Outubro” e a “Escadaria da Liberdade”, criada em 2025, para reafirmar valores democráticos e direitos humanos.

Assim, a Praça Memorial Vladimir Herzog constitui um lugar de encontro, memória e resistência, onde arte e história se unem para manter viva a lembrança de quem padeceu pela liberdade e para inspirar as gerações presentes e futuras na defesa da democracia brasileira. O Calçadão da Resistência, com seus 1.625 nomes inscritos, simboliza essa luta contínua e reforça o compromisso coletivo com a verdade, a justiça e a liberdade de expressão.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)