Combate à violência contra as mulheres nos aeroportos brasileiros ganhou reforço com o lançamento da campanha “Feminicídio Não Decola”, uma iniciativa do Ministério de Portos e Aeroportos em parceria com a Agência Nacional de Aviação Civil e a Associação Brasileira das Concessionárias de Aeroportos. A partir desta segunda-feira, vídeos curtos, painéis e mensagens informativas estarão visíveis em todos os terminais aéreos do país, marcando a expansão das ações que começaram em maio com o Guia Assédio Não Decola.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destaca que as mensagens associadas à disponibilidade de canais de denúncia como o Disque 100 e o Disque 180 têm como objetivo facilitar a identificação de situações de ameaças e a procura pelos serviços de segurança e acolhimento. “Essa campanha estará nos nossos aeroportos, nos aviões, nas mãos dos profissionais”, enfatiza o ministro.
Uma das peças audiovisuais da campanha apresenta uma mulher segurando seu passaporte com expressão apreensiva. A locução traz uma mensagem impactante: “Todo aeroporto promete destino, mas algumas partidas não chegam quando medo ocupa o lugar da esperança, não é viagem é silêncio”. A criação reflete a urgência do problema que assola o país.
Os dados que motivaram essa ação são alarmantes. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho de 2024, revelou que aquele foi o ano com o maior número de feminicídios desde que esse crime foi tipificado na legislação há uma década. Foram registradas 1.492 mulheres mortas, em sua maioria por homens que eram seus companheiros (60,7%) ou ex-companheiros (19,1%). Esses números evidenciam a magnitude da violência de gênero que atinge mulheres brasileiras.
A campanha representa um esforço articulado entre o governo federal e as concessionárias de aeroportos para conscientizar profissionais da aviação e o público em geral sobre prevenção e enfrentamento da violência contra mulheres. Os materiais divulgarão amplamente os canais de denúncia do Governo Federal, reforçando a importância de romper o silêncio e buscar ajuda nos momentos de vulnerabilidade. A iniciativa também busca orientar trabalhadores, empresas, passageiros e usuários sobre como identificar, prevenir e denunciar situações de assédio e violência nos espaços aeroportuários.
