As próximas eleições municipais da capital paraibana representarão um desafio inédito para o Partido dos Trabalhadores. À medida que os meses passam, acumulam-se ruídos na estrutura interna do partido, gerando rachas e disputas entre velhos aliados.
Após a confirmação do ex-prefeito Luciano Cartaxo como pré-candidato do PT à PMJP, dirigentes da sigla contrários ao seu nome pronunciaram-se afirmando que “candidaturas impostas podem enfraquecer o PT e prejudicar seu projeto nacional”.
Segundo a nota, a estratégia política precisa priorizar a consolidação de um projeto nacional, algo que exigiria a união dos diversos segmentos do partido em todos os municípios do país. Contudo, a “decisão sobre as candidaturas municipais tem sido controversa, com a Direção Nacional exercendo controle centralizado, em detrimento das instâncias locais em João Pessoa”.
A nota também diz que “essa imposição de candidaturas sem consulta adequada divide o partido e desestimula a militância, além de comprometer a capacidade de enfrentamento à extrema-direita”.
NOTA PÚBLICA DE DIRIGENTES PETISTAS
O Partido dos Trabalhadores tem um grande desafio nas próximas eleições municipais. Será um momento muito importante para aferirmos a situação política do Brasil e o nível de embate com os setores conservadores e da extrema-direita.
Para tanto, é necessário que a condução política tenha como estratégia a consolidação do projeto nacional, assim como agentes políticos capazes de unificar o partido nos milhares de municípios do país.
Dessa forma, a participação das instâncias municipais, estaduais, grupos políticos locais, setoriais, tendências, agrupamentos e a militância petista são fundamentais para que o projeto seja colocado em prática.
Para a definição dos candidatos do nosso partido nos municípios, um calendário de
atividades, encontros e prévias estavam previstos. Mesmo sendo da nossa Direção
Nacional a “última palavra” sobre tal posição. Porém, infelizmente, nem o direito
estatutário da “primeira palavra” ou de opinar, foi garantido as instancias locais do PT
de João Pessoa. Tudo isso, divide o partido, além de enfraquecer e desestimular nossa
militância.
Logo, no momento em que a candidatura a prefeito de João Pessoa é definida sem
considerar a estratégia política nacional, a participação democrática das instâncias
(estadual e municipal) a opinião dos filiados, além de nossas regras estatutárias, fica
evidente que tal candidatura não representa o projeto petista e não cumprirá o papel
de enfrentar fortemente a extrema-direita.
A imposição de uma candidatura que não respeita as regras e as instancias locais do PT, sem diálogo com a esquerda e os setores progressistas, não será capaz de unificar o PT em João Pessoa, muito menos empolgar a militância e aqueles que têm a esquerda e o Governo Lula como referências.
Por fim, ao tempo em que acatamos a deliberação nacional, reafirmamos nosso
compromisso com as transformações que Lula busca promover no Brasil. Mas é
importante alertar que candidaturas impostas e que não representam os filiados do PT se configuram num erro tático que enfraquece o projeto nacional, podendo acarretar em consequências graves para o nosso partido.
João Pessoa, 02 de julho de 2024