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Cármen Lúcia ressalta gravidade da violência contra mulheres negras

Ao abrir o seminário “Democracia: Substantivo Feminino”, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, destacou que o Brasil ainda enfrenta graves problemas de desigualdade, discriminação e preconceito, especialmente contra mulheres e crianças, apesar das garantias constitucionais de igualdade entre os gêneros. Ela ressaltou que a violência contra as mulheres no país é gravíssima, com uma mulher assassinada a cada seis horas, um dado que ela classificou como não civilizatório e desumano.

Cármen Lúcia chamou atenção para a situação das mulheres negras, que sofrem historicamente as piores formas de violência, agravadas pela falta de acesso a serviços públicos essenciais como educação e condições econômicas precárias. Ela vinculou o seminário à véspera do Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres e ao período dos 21 dias de luta contra a violência, iniciados junto ao Dia da Consciência Negra no Brasil.

Durante o evento, a ministra enfatizou a importância de ouvir as mulheres da sociedade civil para aprender e construir soluções coletivas. Segundo ela, a participação feminina é fundamental para fortalecer a democracia e construir uma sociedade sem desigualdades nem violência. Cármen Lúcia defendeu uma convivência igualitária entre homens e mulheres, com direitos e dignidade respeitados igualmente, para a construção de um futuro melhor para toda a sociedade.

Ela também criticou a formalização insuficiente da igualdade prevista na Constituição, o que permite a persistência da submissão e das agressões contra as mulheres. Ao citar um professor que dizia não temer os animais, destacou que o maior problema são os humanos que negam sua humanidade ao praticar violência contra mulheres, seja física, psicológica ou econômica, sem responsabilização. Por isso, o seminário reuniu também homens comprometidos com a democracia, que defendem uma sociedade justa e igualitária para todos.

O seminário teve como objetivo abrir espaço para o diálogo sobre a participação feminina na política, a igualdade de gênero, ações afirmativas e o enfrentamento à violência, reunindo mulheres de diferentes áreas para discutir avanços, desafios e caminhos a serem seguidos. O momento serve como um chamado à reflexão e à ação conjunta por mudanças concretas que promovam a igualdade de direitos e o fim da violência contra as mulheres no Brasil.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
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