A polêmica envolvendo o cancelamento de um evento do candidato a prefeito de João Pessoa, Ruy Carneiro (Podemos), ganhou mais um desdobramento nesta quarta-feira (11). O secretário de Segurança Pública, Jean Nunes, informou que as investigações conduzidas pela Polícia Civil não encontraram qualquer indício de envolvimento do crime organizado no cancelamento do evento, que seria realizado no circo do Palhaço Pipoquinha, no Bairro do Cristo.
“As investigações foram concluídas e não apontaram nenhuma relação entre o crime organizado e a suspensão do evento político nas circunstâncias apresentadas. O caso foi remetido ao Ministério Público e ao Poder Judiciário”, afirmou Nunes em entrevista à rádio Arapuan FM. Segundo ele, o inquérito contou com depoimentos de testemunhas e análises de relatórios técnicos, que refutaram a versão inicial apresentada pela campanha de Ruy Carneiro.
O início da controvérsia
O caso começou quando Ruy Carneiro registrou um boletim de ocorrência, alegando que seu evento no Circo Fantasia havia sido cancelado sob ameaças de traficantes locais. De acordo com o relato do candidato, sua equipe teria sido informada de que, se o evento ocorresse, haveria um confronto armado, colocando em risco a segurança dos presentes. “Recebemos a notícia de que traficantes estavam no local e que, se insistíssemos com o evento, haveria tiroteio e mortes”, declarou Ruy à época.
No entanto, o dono do circo, José Carlos da Silva, mais conhecido como Palhaço Pipoquinha, prontamente desmentiu essa versão. Ele afirmou que não havia qualquer ameaça de criminosos contra o circo e que a decisão de não realizar o evento foi motivada por sua política de não ceder o espaço para atividades políticas. “Eu vivo do circo e não faço política. A decisão foi minha, sem qualquer pressão externa”, disse o humorista.
BO contra Ruy Carneiro
Em resposta, o Palhaço Pipoquinha registrou um boletim de ocorrência contra Ruy Carneiro, alegando que o candidato havia feito uma denúncia falsa. Diante da gravidade do episódio, o governador João Azevedo determinou a abertura de um inquérito para apurar os fatos, o qual, conforme o secretário Jean Nunes, não comprovou nenhuma das acusações feitas pela campanha de Ruy.
As declarações de Nunes trouxeram um novo tom à disputa, desmentindo as alegações do candidato e abrindo espaço para novos desdobramentos políticos e jurídicos.