OPINIÃO | Cássio oferece a cabeça de Pedro, lançado candidato, para se preservar da derrota em 2022

Político de muitas eleições, Cássio Cunha Lima foi considerado por muito tempo um fenônemo eleitoral na Paraíba e tido como imbatível nas urnas.

Ganhou tudo que disputou, até sua cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral, no caso conhecido como “cheques da FAC”, onde a justiça entendeu que houve abuso de poder econômico na campanha do tucano, com a distribuição de 35 mil cheques através da FAC – Fundação de Ação Comunitária – totalizando quase 4 milhões de reais, em 2006, ano da reeleição do ex-governador, para famílias carentes, sem critérios para a concessão desses benefícios, segundo a denúncia do Ministério Público Eleitoral e do PCB.

Em 2010, se uniu ao então prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, apoiando, indicando o nome do vice-governador na chapa e ele próprio ocupando a vaga para concorrer ao Senado Federal. Eleito senador, logo em seguida, nas eleições de 2014, rompeu e se lançou candidato ao governo, contra o mesmo Ricardo que ajudara a eleger. Perdeu. Mas a fome de poder estava explícita.

Em 2018, ficou em 4º lugar, quando tentou se reeleger Senador da República.

Cássio não deve ser substimado.

Para o pleito que se avisinha, Cássio escalou Romero Rodrigues, seu primo, para representar a oposição. O objetivo não era outro, se não oferecê-lo como “boi de piranha”, enquanto se elegia Senador quem sabe, ou Deputado Federal sem fazer força. Para Romero sobrariam as sombras (sobras) por mais 4 anos sem mandato eletivo.

Com a desistência de Romero, Cássio agora oferece a cabeça de Pedro, seu filho, em sacrifício por uma vaga no Congresso e para se livrar de uma nova derrota nas eleições de 2022, que em tese, poderia significar o fim de sua tragetória política.

Não se enganem, se eleger em 2022, seria a sua redenção. A volta triunfal ao cenário político paraibano é o objetivo maior do clã Cunha Lima, nem que para isso, Pedro precise ser servido em uma bandeja, de prata, que seja.

Para voltar ao poder, já se alinharam ao bolsonarismo e agora se distanciam com a derrocada da aprovação do governo federal e os resultados pífios que estão sendo entregues na economia, na geração de empregos, investimentos e obras públicas.

Depois de muitos abraços e afagos, visitas e fotos, querem se distanciar do genocida sentado no Palácio do Planalto, após dar apoio e sustenção ao seu governo odioso.

Cássio sabe que concorrer agora ao governo do estado e perder, seria o fim do sonho do retorno triunfal e da esperança de sentar novamente na cadeira do Palácio da Redenção.

Mas como diz a sabedoria popular, o ‘sonho de um, é o pesadelo do outro’ e a Paraíba segue avançando, sonhando e vivendo dias melhores desde que o TSE cumpriu seu papel institucional.

Afinal, uma oligarquia pode muito, mas não pode tudo. Viva a democracia!

Por J. Laurentino

Esse texto foi recebido por colaboração independente e não reflete, necessariamente, a opinião do Portal NegoPB.