# CBF Divulga Novo Calendário do Futebol Feminino para 2026 com Investimento Recorde
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou na segunda-feira (24 de novembro) um calendário reformulado para o futebol feminino em 2026, marcando um momento histórico para a modalidade no Brasil. As mudanças representam um investimento de R$ 685 milhões nas competições femininas, com aumentos significativos em datas, partidas e vagas disponíveis.
Uma das principais transformações é o aumento do número de equipes da Série A1 do Campeonato Brasileiro, que passará de 16 para 18 participantes. O torneio será disputado entre 15 de fevereiro e 4 de outubro, oferecendo mais oportunidades para clubes e atletas ao longo da temporada. A mudança estrutural também atinge as séries A2 e A3, que adotam novos formatos de competição para ampliar o número de confrontos e datas disponíveis.
A Copa do Brasil Feminina também sofrerá transformações significativas. A competição, que envolverá 66 clubes de todas as 27 unidades federativas do país, terá seu número de jogos aumentado de 64 para 72 partidas. A principal inovação é a implementação de jogos de ida e volta nas quartas de final, semifinais e final, elevando o patamar da competição e garantindo maior equidade entre os times. O torneio será disputado entre 22 de abril e 15 de novembro, com um novo modelo de entrada escalonada: equipes da Série A3 disputarão a primeira fase, times da A2 a segunda fase e clubes da A1 a terceira fase.
Com a ampliação da Copa do Brasil, a Supercopa Feminina passou por uma reformulação importante. O formato agora segue o modelo adotado no futebol masculino, reunindo apenas o campeão da Série A1 do Brasileirão e o vencedor da Copa do Brasil em uma partida única, programada para 8 de fevereiro. Essa mudança simplifica a competição e a torna mais direta e acessível ao público.
As divisões inferiores também recebem atenção especial na nova estrutura. O Campeonato Brasileiro Feminino Sub-20 será disputado de 8 de março a 28 de maio, com mudanças no formato que incluem final em ida e volta. A competição contará com 24 clubes e passará de 85 para 86 partidas, com aumento de 11 para 12 datas. O Sub-17, por sua vez, ocorrerá entre 30 de maio e 29 de agosto, também com final em ida e volta, mantendo a mesma estrutura de 24 clubes e aumentando de 85 para 86 partidas.
Um destaque importante do novo calendário é o apoio inédito às atletas mães e lactantes. A CBF anunciou que essas jogadoras poderão levar seus filhos em viagens com custos integralmente pagos pela confederação, representando um avanço significativo na política de inclusão e apoio às mulheres no futebol. Além disso, há investimentos específicos no futebol feminino de base, fortalecendo a formação de novas gerações de atletas.
O presidente da CBF, Samir Xaud, destacou o processo consultivo que precedeu a reformulação. “Assim como fizemos no futebol masculino, passamos os últimos meses analisando e estudando oportunidades de melhorar o calendário e o fomento do futebol feminino. Ouvimos especialistas, federações, clubes e jogadoras. E chegamos a um modelo que atende a demandas importantes, colocando o futebol feminino brasileiro onde merece estar. Vamos mexer em toda a estrutura das nossas competições, aumentando o número de clubes e de jogos”, afirmou o dirigente.
Em números, as mudanças representam aumentos consideráveis: 41% no número de datas no calendário nacional, 84% no número total de partidas e 69% de vagas disponíveis. A Série A2, por exemplo, terá suas partidas praticamente dobradas, passando de 70 para 134 jogos, com aumento de 13 para 21 datas. A competição manterá seu formato com grupo único e turno único na primeira fase, oferecendo 4 acessos diretos para a Série A1 e uma vaga direta para a Copa do Brasil.
A Série A3 também passa por uma transformação significativa, adotando turno e returno na primeira fase. O número de partidas aumentará de 78 para 126, com aumento de 11 para 14 datas, envolvendo 32 clubes de 26 estados diferentes. A divisão também oferecerá vaga direta para a Copa do Brasil, além de 4 acessos à Série A2.
A reformulação do calendário do futebol feminino é enquadrada pela CBF como uma ação estratégica para consolidar e fomentar a modalidade no contexto da Copa do Mundo Feminina de 2027, que será sediada no Brasil. A entidade busca preparar a seleção e o futebol doméstico para este evento internacional de grande relevância, criando um ambiente mais competitivo e estruturado para as atletas brasileiras.

