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China diz que interceptação de navios pelos EUA é “violação grave”

O Ministério das Relações Exteriores da China condenou veementemente a interceptação de um petroleiro com destino ao país pelos Estados Unidos na costa venezuelana, classificando a ação como uma grave violação do direito internacional. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, o porta-voz Lin Jian defendeu o direito da Venezuela de manter relações comerciais com outros nations, destacando que tais intervenções unilaterais ameaçam a soberania e o comércio global.

O incidente envolveu o petroleiro Centuries, abordado pela Guarda Costeira americana no sábado em águas internacionais próximas à Venezuela. A embarcação, que operava sob o nome falso de Crag para ocultar sua identidade, transportava cerca de 1,8 milhão de barris de petróleo bruto venezuelano do tipo Merey, com destino à China, principal compradora desse recurso, responsável por cerca de 4% de suas importações. Autoridades dos EUA justificaram a operação como parte de uma ordem judicial para combater a evasão de sanções impostas ao regime de Nicolás Maduro, integrando o navio a uma “frota paralela” venezuelana usada para burlar restrições econômicas.

Essa foi a segunda apreensão em dezembro, após a do petroleiro Skipper no dia 10, e a terceira em pouco mais de dez dias, com relatos de uma quarta interceptação no domingo, possivelmente o Bella 1. As ações seguem o anúncio do presidente Donald Trump, na terça-feira anterior, de um bloqueio total a petroleiros sancionados que entrem ou saiam da Venezuela, intensificando a pressão econômica contra o governo Maduro. Analistas veem nessas medidas uma estratégia dupla: estrangular as exportações de petróleo venezuelano, vital para a economia do país, e beneficiar refinarias americanas, especialmente na Costa do Golfo, que processam bem o petróleo pesado da região.

Do lado venezuelano, o governo rotulou a interceptação como “grave ato de pirataria internacional”, acusando os EUA de roubo e sequestro. A escalada inclui mobilização militar no Caribe, sobrevoos no espaço aéreo venezuelano e bombardeios a embarcações, em meio a tensões que envolvem também sanções a parentes de Maduro e empresas ligadas ao regime. Enquanto o mercado global de petróleo permanece abastecido, com estoques flutuando na costa chinesa, os embarques venezuelanos para Pequim devem atingir mais de 600 mil barris por dia este mês, segundo estimativas.

A condenação chinesa reforça laços entre Pequim e Caracas, em um contexto de crescente confronto com Washington, que classifica as operações como esforço para conter o fluxo de drogas e pressões regionais na América Latina.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

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