O Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR) de 2025 revelou uma melhora significativa na média nacional, que subiu para 49,9 pontos em uma escala de zero a 100, indicando avanços importantes em relação ao resultado de 46,7 registrado em 2024. Apesar dessa evolução, o índice ainda coloca o Brasil em uma classificação baixa, destacando que o desafio para o desenvolvimento sustentável permanece grande, especialmente diante das desigualdades regionais acentuadas, com as regiões Norte e Nordeste enfrentando os maiores obstáculos.
O índice avalia os municípios brasileiros a partir de 100 indicadores relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), orientados para erradicar a pobreza, proteger o planeta e promover a paz e prosperidade. Com base nesses indicadores, os municípios são classificados em cinco níveis: muito baixo, baixo, médio, alto e muito alto. Em 2025, 47% das cidades brasileiras alcançaram a classificação média, superando os 45,7% que ficaram na faixa baixa, enquanto 3% conseguiram a classificação alta e 3,8% receberam a classificação muito baixa. Nenhuma cidade atingiu o nível muito alto neste ano.
Entre as maiores cidades do país, São José dos Campos (SP), São Paulo e Brasília lideram em desenvolvimento sustentável, com pontuações acima de 57, enquanto Belém, Maceió e São Luís apresentam os piores índices, com pontuações abaixo de 43, refletindo as disparidades regionais no país. O diretor-presidente do Instituto Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão, destacou a importância dessa inflexão positiva na média nacional pela primeira vez em uma década, observando que onde vive 90% da população brasileira, o progresso torna-se visível.
Além do índice, a Frente Nacional de Prefeitos e Prefeitas lançou uma declaração conjunta na COP30, que acontece em Belém em novembro, convocando os municípios a adotarem ações concretas para enfrentar a emergência climática, perda de biodiversidade e desigualdades sociais no Brasil. Entre as medidas contempladas estão o cuidado com o ar, água e solo; a prevenção e gestão de riscos climáticos; a ampliação de áreas verdes; a promoção de compras públicas sustentáveis; o tratamento de resíduos sólidos; e o incentivo à educação ambiental, agricultura local e justiça climática. Essas ações representam um compromisso dos municípios brasileiros com os temas centrais da Agenda 2030 e refletem a busca por um futuro mais sustentável e justo.
A plataforma online do IDSC-BR disponibiliza informações detalhadas sobre cada município, incluindo um ranking e um mapa interativo que permite analisar os dados por ODS, estado ou bioma, tornando-se uma ferramenta crucial para o acompanhamento do desenvolvimento sustentável e para incentivar a troca de experiências entre as cidades brasileiras.

