O Complexo de Pediatria Arlinda Marques voltou a realizar cirurgias de escoliose no mês de agosto. O serviço estava suspenso desde o mês de março, por causa da pandemia do novo coronavírus. A próxima cirurgia será nesta quarta-feira (02), na adolescente M.E.S.B., 14 anos, residente em um sítio em Gramame. O Complexo é uma das unidades da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e é o único do SUS que faz cirurgias ortopédicas eletivas em crianças e adolescentes, dentro do Estado.
A menina E.V. de 10 anos, também é uma das pacientes do setor de Ortopedia Pediátrica. Já fez 11 cirurgias. Vai passar pela 12ª no início de 2021. A doença dela tem nome grande e complicado – escoliose idiopática infantil de início precoce. Traduzindo, desvio lateral da coluna, ou seja, uma corcunda bem saliente. A primeira cirurgia fez aos cinco anos, quando colocou uma haste que precisava ser reajustada a cada quatro meses. A próxima operação será para colocar uma haste definitiva.
Ela contou que, toda vez que entra na sala de cirurgia, fica com um pouco de medo, mas logo passa e sempre ao final, quando sabe que acabou e deu tudo certo, vem a melhor sensação. “Chega dá uma alegria no meu coração!”, disse.
A cirurgia será feita pelo ortopedista, Jocemir Paulino. Ele explicou o que a paciente ganha fazendo a operação. “O principal objetivo é a melhora cardiorrespiratória. A estética é um ganho secundário”, disse.
A mãe da menina conta que percebe melhorias consideráveis. “Depois de todas essas cirurgias, a respiração da minha filha melhorou muito. Antes, ela só dormia, respirava e comia de boca aberta, sem contar que ainda roncava muito”, disse Joseane Vieira, que fala da importância do trabalho do hospital e da equipe para a família dela.
“No Arlinda a gente é sempre muito bem atendida e o médico já é como se fosse da família. Com isso, eu tenho certeza que a minha filha, que é o meu bem mais precioso, está em boas mãos”, declarou. A família mora no bairro Funcionários IV, em João Pessoa, mas a unidade hospitalar atende crianças de todos os 223 municípios paraibanos.
J.V., de 15 anos, é da cidade de Queimadas. Ela tem escoliose congênita, ou seja, nasceu com má formação na coluna e nos membros superiores. Na consulta, no dia 24 de agosto, o médico já pediu todos os exames para fazer a cirurgia.
“Antes de chegar aqui no Arlinda, eu estava completamente perdida. Mas agora eu tenho certeza que, com essa cirurgia, minha filha vai melhorar muito”, disse a mãe dela, Mauriceia da Silva Pequeno.
Para Dr. Jocemir, a palavra que define o seu sentimento em relação ao trabalho realizado no Arlinda Marques é gratidão. “Me sinto grato por saber que uma intervenção médica, quando bem indicada e realizada no momento adequado, pode melhorar a qualidade de vida de um paciente”, ressaltou.
A assistente social Angélica Sousa, que faz parte da equipe do Arlinda, é muito entusiasmada com o serviço. “Fico muito feliz de fazer parte desse trabalho porque estamos ajudando pessoas muito carentes, e aqui existia uma demanda reprimida muito grande. É um passo lento que estamos dando, mas já vemos uma luz no final do túnel”, declarou.
Para as cirurgias de escoliose, os pacientes deverão ser encaminhados pela Regulação dos seus municípios para o Ambulatório do Arlinda, onde o médico ortopedista faz uma avaliação.
Escoliose – A escoliose é uma deformidade da coluna, mais frequente no sexo feminino. A cada quatro pessoas com o problema, três são mulheres e apenas um homem. A maioria dos casos é considerada leve e moderada. Nestas situações, são indicados a prática de fisioterapia e o colete. A cirurgia é feita em apenas 2 a 3% dos casos.
A escoliose ocorre mais frequentemente durante o pico de crescimento, pouco antes da puberdade. Algumas crianças desenvolvem deformidades na coluna vertebral que se tornam mais graves à medida que crescem. A escoliose grave pode ser dolorosa e incapacitante.
Redação NEGOPB com informações da Secom/PB