A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025 em Belém, no Pará, representa um momento crucial nas negociações globais para conter o aquecimento planetário. Este evento anual reúne representantes de 193 países para discutir soluções integradas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, fomentar a adaptação às mudanças climáticas e garantir financiamento para países vulneráveis, com especial destaque para a preservação da Amazônia, um dos biomas mais estratégicos para o equilíbrio climático mundial.
A COP30 tem como língua oficial o inglês, mas o ambiente nos corredores do Parque da Cidade, em Belém, é marcado pela diversidade de línguas e pela intensa troca de ideias sobre temas técnicos, políticos e sociais relacionados ao clima. Entre os principais conceitos discutidos na conferência, está o Acordo de Paris, que desde 2016 orienta as ações globais para limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais, limite considerado fundamental para evitar impactos catastróficos. Para alcançar essa meta, países apresentam suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que são atualizadas a cada cinco anos visando aumentar as ambições climáticas.
Neste encontro, também são enfatizados os conceitos de adaptação climática, que envolve a implementação de mudanças nas estruturas urbanas e na restauração de ecossistemas naturais para suportar os efeitos já presentes do aquecimento global, e mitigação, que compreende políticas para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e ampliar os sumidouros de carbono, como florestas e oceanos. Outro ponto de destaque é a justiça climática, que busca uma distribuição justa dos prejuízos e benefícios do combate às mudanças climáticas, priorizando as populações mais vulneráveis, incluindo povos indígenas e comunidades tradicionais da Amazônia.
A conferência também aborda o financiamento climático, um desafio histórico para os países em desenvolvimento. A COP30 dá sequência à Meta Quantificada Global de Finanças (NCQG), que prevê aumentar os recursos financeiros de US$100 bilhões para US$300 bilhões anuais para apoiar a transição para uma economia de baixo carbono. O chamado Mapa do Caminho de Baku à Belém propõe elevar esse valor para US$1,3 trilhão até 2035, reconhecendo a necessidade de um recurso robusto para a proteção climática global, especialmente para as regiões mais afetadas.
Além disso, a conferência prossegue com o debate sobre instrumentos como o Artigo 6 do Acordo de Paris, que trata da criação do mercado global de carbono, e mecanismos de transparência, como o Global Stocktake (GST), responsável por avaliar o progresso coletivo rumo às metas climáticas. Os encontros preparatórios realizados em Nova Iorque e no Rio de Janeiro reforçam o esforço internacional para consolidar estratégias eficazes e metas ambiciosas, especialmente diante do contexto sensível que a Amazônia representa para o equilíbrio climático.
Realizar a COP30 na Amazônia, especialmente em Belém, leva o debate para o coração da floresta tropical mais importante do planeta, fortalecendo a participação direta dos povos locais e enfatizando a urgência da proteção ambiental no bioma. Essa mudança de paradigma reforça o compromisso do Brasil com a liderança nas negociações climáticas, destacando seu papel histórico em fóruns multilaterais como a Eco-92 e a Rio+20, além de apresentar avanços nas áreas de energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono.
Assim, a COP30 não apenas reafirma o compromisso global com o clima, mas também reforça a urgência de ações concretas, integradas e justas para enfrentar os desafios ambientais, sociais e econômicos que as mudanças climáticas impõem, buscando um futuro sustentável para as próximas gerações.

