A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) obteve a carta-patente de um ventilador pulmonar portátil para utilização no tratamento de pacientes com insuficiência respiratória causada pela covid-19. O documento de concessão dos direitos de propriedade sobre o invento foi publicado pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) na última terça-feira (6). O equipamento desenvolvido obteve proteção internacional, exigindo autorização da UFPB para ser fabricado também no exterior.
Criado para atender a uma demanda imediata por ventiladores pulmonares em unidades de terapia intensiva (UTIs), onde o aparelho se faz essencial para permitir a respiração artificial nos casos de insuficiência respiratória aguda, o equipamento é controlado de forma remota, por meio da conexão com dispositivos móveis. Por meio dele, é possível monitorar, além da ventilação dos pacientes com covid-19, a temperatura e a saturação de oxigênio no sangue, registro de eletrocardiograma e de pressão arterial.
O equipamento está na fase de testes de montagem no Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB), em Campina Grande, e deve ser finalizado até o mês de julho, segundo o pesquisador Mário Ugulino, que coordena o Laboratório de Automação e Instrumentação em Química Analítica e Quimiometria (LAQA) da UFPB, onde o invento foi desenvolvido. Ele explicou que somente após a conclusão desta etapa é possível avançar para os testes clínicos, que serão realizados pela empresa que adquirir a tecnologia patenteada.
Ainda de acordo com Ugulino, que demonstrou confiança quanto à comercialização da tecnologia para disponibilização dos ventiladores portáteis em UTIs, o invento apresenta as vantagens de ser portátil e de baixo custo – a maior parte produzido com tecnologia nacional –, em comparação com os ventiladores pulmonares existentes nas unidades de terapia intensiva, além de ser controlado de forma remota, por dispositivos móveis como smartphones e tablets.
O ventilador portátil é de autoria de cinco pesquisadores da Universidade – os outros quatro são Railson de Oliveira, Tiago Maritan, Válber de Almeida e Marcos Alves. Financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), com um investimento da ordem de R$ 160 mil, o projeto para a criação do equipamento, que envolve as áreas de instrumentação e automação, computação e medicina, também tem a participação dos pesquisadores Fábio Sampaio e Madson Mariz, do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW/UFPB).
O pesquisador Railson de Oliveira ressaltou a colaboração da fundação PaqTcPB, que ajudou a adiantar o depósito da patente junto com a Agência UFPB de Inovação Tecnológica (INOVA UFPB). “A fundação tem sido de fundamental importância neste projeto; eles têm sediado as pesquisas aqui em Campina Grande, dando um excelente suporte em todas as atividades”, comentou Railson.
Com reportagem de Milena Dantas e edição de Aline Lins