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Crime organizado: Haddad defende asfixiar fontes de financiamentos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta sexta-feira (31) a necessidade de “asfixiar as fontes de financiamento” do crime organizado como forma de combate efetivo à criminalidade. Durante entrevista à imprensa para comentar os resultados finais da Operação Fronteira, realizada pela Receita Federal, Haddad destacou que, além das ações de repressão territorial e cumprimento de mandados de prisão, é fundamental atacar o fluxo de recursos que sustenta as organizações criminosas.

“Não adianta só o chão de fábrica, nós precisamos chegar nos CEOs. Os CEOs do crime organizado precisam pagar também pelo que fazem. Se não chegar na gerência, na diretoria, no CEO, você terá esse dinheiro voltando a abastecer o crime organizado”, afirmou Haddad, ressaltando que muitas vezes o verdadeiro comando do crime está distante das comunidades, usufruindo da riqueza acumulada ilicitamente e aliciando jovens para a criminalidade.

O ministro fez um apelo ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, para que o PL aprove a lei do devedor contumaz, que torna mais rígidas as regras para quem utiliza a inadimplência fiscal como estratégia de negócio. Segundo Haddad, muitos devedores contumazes estão envolvidos com a criminalidade e utilizam atividades lícitas para lavar dinheiro. “O devedor contumaz é uma palavra chique para falar do sonegador. E, por trás do sonegador, o que tem na verdade é o crime organizado”, explicou.

Para fortalecer o combate ao crime organizado, a Receita Federal publicou uma instrução normativa que obriga todos os fundos de investimento a divulgarem os CPFs dos beneficiários. “Agora todos os fundos vão ser obrigados a dizer até o CPF. Então, se houver um esquema aí de pirâmide, de fundo que controla fundo que controla fundo, você vai ter que chegar no CPF da pessoa”, disse Haddad, destacando que essa medida aumenta o poder fiscalizador e permite identificar quem está por trás dos esquemas criminosos.

A Operação Fronteira, concluída nesta sexta-feira, foi a maior iniciativa de vigilância e repressão em pontos de fronteira terrestres, marítimos e aéreos utilizados em rotas de contrabando, descaminho e crimes como tráfico de drogas, de armas e de animais. Nos últimos 15 dias, foram presas 27 pessoas, apreendidos 213 mil litros de bebida adulterada e mais de 3 toneladas de drogas. A operação contou com a participação de diversos órgãos de segurança pública, fiscalização e defesa, como o Exército Brasileiro, Marinha do Brasil, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícias Rodoviárias Estaduais, Polícia Militar, Polícia Civil e Guardas Municipais, além de órgãos de controle como Ibama, Mapa, Anac, Anatel e Anvisa.

A Receita Federal informou que a operação foi realizada em 60 municípios de 20 estados, com a retirada de circulação de mais de R$ 160 milhões em mercadorias ilegais. Foram cumpridas 27 prisões em flagrante de suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas e contrabando, além da apreensão de uma aeronave que levava mais de 500 smartphones de alto valor. Também foi interditado um prédio de 20 andares com mercadorias ilícitas em Belo Horizonte.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)