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Defesa de ex-assessor de Bolsonaro nega monitoramento ilegal de Moraes

A defesa do coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, negou nesta terça-feira que ele tenha realizado monitoramento ilegal do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, conforme acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Marcelo Câmara está preso desde junho deste ano. A sustentação da defesa ocorreu durante sessão da Primeira Turma do STF, que julga o Núcleo 2 da trama golpista, envolvendo ainda cinco outros réus.

Segundo mensagens apreendidas no celular de Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Câmara informou a Cid que Moraes estaria em São Paulo e chegou a se referir ao ministro como “professora” em dezembro de 2022. O advogado Luiz Eduardo Kuntz, responsável pela defesa, reconheceu a proximidade entre Câmara e Bolsonaro, mas ressaltou que o coronel tinha funções administrativas e atuava a partir de fontes abertas e das solicitações de Cid para coordenar a logística e obter informações, sempre com o objetivo de evitar riscos em encontros.

Kuntz destacou que, em uma ocasião, graças às pesquisas feitas por Câmara, com base em fontes abertas, foi possível descobrir que um encontro planejado pelo ex-presidente Bolsonaro no Norte do país seria com um traficante. A defesa também negou que Marcelo Câmara tenha participação no chamado plano Punhal Verde Amarelo, que, segundo a PGR, consistia em ações para matar Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Para o advogado, Câmara não teria atuado como espião nem teria conhecimento do plano e, caso tivesse tomado conhecimento de qualquer operação ilícita, teria se posicionado para interrompê-la.

O julgamento segue com as sustentações das defesas de outros réus, que além de Marcelo Câmara, incluem Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais de Bolsonaro; Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal; Mário Fernandes, general da reserva do Exército; Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça; e Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça. Eles são acusados de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado. Todos os réus negam envolvimento com a trama golpista.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)