A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorização para que ele deixe a prisão e seja submetido a cirurgias indicadas por seus médicos. Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde cumpre prisão preventiva na ação penal da trama golpista. O pedido foi feito na noite de terça-feira (9) e inclui também um requerimento para que Bolsonaro retorne ao regime de prisão domiciliar.
Os advogados afirmam que Bolsonaro apresentou piora significativa em seu quadro de saúde, justificando a necessidade de internação imediata no Hospital DF Star, em Brasília, para procedimentos cirúrgicos que devem durar de cinco a sete dias. Entre as indicações médicas está a correção de uma hérnia inguinal unilateral e o tratamento para soluços incoercíveis, sequelas de cirurgias anteriores, que o ex-presidente vem enfrentando. Os soluços, de acordo com os médicos, causam impacto expressivo em diversas funções vitais, como a alimentação, o sono e a respiração, e agravaram dores e desconfortos na região inguinal, devido à pressão abdominal intermitente.
A equipe médica recomendou a realização das cirurgias com anestesia geral, incluindo o bloqueio anestésico do nervo frênico, procedimento utilizado em casos graves e refratários de singultos (soluços). A defesa ressalta que o ambiente prisional é incompatível com a condição de saúde agravada do ex-presidente e pede que ele cumpra a pena em prisão domiciliar humanitária, modalidade destinada a presos cujo regime fechado apresenta risco à integridade física devido a motivos médicos.
Além do pedido para cirurgias e prisão domiciliar, a defesa também solicitou autorização para deslocamentos exclusivos para tratamento médico, mediante prévia comunicação ao ministro ou, em casos urgentes, com posterior justificativa. Não há prazo definido para que Alexandre de Moraes decida sobre esses pedidos.

